Trabalhadores da empreiteira Remo Engenharia, contratada da Cemig, paralisaram as atividades nesta quarta-feira (08), em protesto contra as más condições de trabalho e irregularidades trabalhistas. Ao irem para o trabalho nesta manhã, eles se concentraram na portaria da Remo, em Contagem. E prometem ficar concentrados o dia inteiro.
A categoria bloqueou o portão de entrada e um trabalhador foi ameaçado de demissão. Mas todos os companheiros presentes manifestaram que, se houver demissão, a mobilização vai se intensificar, por tempo indeterminado, além da perseguição ser denunciada à Justiça. Após o impasse, a empresa aceitou conversar com os trabalhadores. Uma comissão de representantes dos eletricistas for formada para negociar a pauta da categoria.
Os trabalhadores da Remo realizam serviços na rede da Cemig. O Sindieletro vai encaminhar ao Ministério do Trabalho e Emprego a denúncia dos eletricistas e técnicos da empreiteira, apontando jornadas de trabalho excessivas, sem intervalos para refeições, irregularidade na marcação de ponto e o não pagamento de horas extras. Há também a grave denúncia de que a empreiteira deixou de emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
Como mostra a foto ao lado, a Remo já foi alvo de outra denúncia, há mais de um ano, a de oferecer aos trabalhadors alojamentos em péssimas condições.
Muitos trabalhadores da Remo são da antiga CET Engenharia, fechada após o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho realizarem fiscalização e constatarem uma série de irregularidades, uma delas a de trabalho análogo à escravidão. A Cemig, na condição de co-responsável pelos serviços da CET, foi multada pela fiscalização. Um dos ex-sócios da CET, inclusive, está no comando da Remo. Para o Sindieletro, isso é um absurdo e só prova que as empreiteiras se unem na exploração a trabalhadores, tudo pelo lucro acima da vida.
O Sindicato entende também que a atual direção da Cemig é responsável pela exposição dos trabalhadores da Remo ao risco de acidentes, às más condições de trabalho e à sonegação de seus direitos. A Cemig, segundo a entidade, terá que responder pelas irregularidades da Remo, assim como ocorreu em relação à CET.