Trabalhadoras e trabalhadores da educação estadual aprovaram na tarde da sexta-feira (14) a continuidade da greve deflagrada na última terça-feira (11), em assembleia realizada no pátio da Assembleia Legislativa (ALMG), coordenada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). Educadoras e educadores votaram também o calendário de lutas, que inclui mobilização permanente, levar as pautas da categoria ao Carnaval e nova assembleia no dia 20 de fevereiro, próxima quinta-feira.
Após a atividade, trabalhadoras e trabalhadores da educação e apoiadores saíram em marcha até a Praça Sete, na Região Central de Belo Horizonte, e no caminho dialogaram com a população sobre a motivos da greve e também para demonstrar a capacidade de luta de todo o funcionalismo público, quando está em unidade na defesa dos direitos trabalhistas, do emprego e de uma educação pública para todos e para todas.
A categoria exige igualdade de tratamento do governo estadual para todos os servidores, pagamento do Piso Salarial Profissional da Educação, repasse dos 25% da receita corrente líquida do estado para a educação; pagamento do 13º salário – mais de 3 mil ainda não receberam, luta em defesa do emprego e pelo direito a uma educação pública de qualidade social.
Educadoras e educadores também denunciaram e repudiaram a agressão covarde que sofreram na tarde de quinta-feira (13), nas dependências da ALMG. Eles foram pressionados, empurrados por policiais quando tentavam acompanhar a votação do PL 1.451/2020, do governador Romeu Zema (Novo), que propõe reajuste salarial apenas para servidores da segurança pública. Um professor, diretor do Sind-UTE/MG, Fábio Garrido, chegou a desmaiar, tendo sido atendido pelo serviço médico da ALMG. Uma diretora estadual foi agredida fisicamente e outra diretora estadual foi vítima de racismo e injúria racial.
Na luta há mais de 12 anos pelo piso salarial, pelo cumprimento da Lei Estadual 21.710/2015 e a Lei Federal 11.738/2008, que estabelecem o piso como um direito, o Sind-UTE/MG repudiou a votação contrária à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 01/2020, na quinta-feira (13), que estendia o reajuste salarial a todo o funcionalismo público
Na atividade desta sexta-feira, os grevistas contaram com o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), representada pelo Jairo Nogueira Filho, presidente da CUT/MG, Maria de Fátima Veloso Cunha, secretária adjunta de Saúde do Trabalhador; de petroleiras e petroleiros, cuja greve por tempo indeterminado completou 14 dias; de trabalhadoras e trabalhadores dos Correios, que paralisaram as atividades na quarta-feira (12; de servidoras e servidores da saúde; dos educadores da rede privada de ensino, de vários movimentos sociais, entre eles o MAB e o MST, movimentos estudantis, do Levante Popular da Juventude, da deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) e do deputado federal Rogério Correia (PT).
Beatriz Cerqueira disse que “a melhor resposta à covardia contra as professoras é coragem e luta.” Rogério Correia (PT/MG), também demonstrou seu apoio aos profissionais que foram violentados e reafirmou a luta na Câmara Federal em defesa da educação .
Fonte: CUT Minas