Educadoras e educadores aprovam suspensão da greve



Educadoras e educadores aprovam suspensão da greve

Estado de greve é mantido.

Em assembleia estadual realizada na tarde da quarta-feira (18), no pátio da  Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), trabalhadoras e trabalhadores em educação aprovaram a suspensão da paralisação,  com manutenção do estado de greve, e retorno às atividades na próxima segunda-feira, dia 23 de abril. A decisão está vinculada à votação da PEC que garante o Piso Nacional constitucionalmente na ALMG. O calendário de reposição dos dias parados estaria também condicionado à promulgação da lei, que elimina a necessidade de apresentação de projeto específico anualmente. Nas datas de votação da PEC em primeiro e segundo turnos, educadoras e educadores vão paralisar novamente as atividades e estará nas galerias do Plenário da Assembleia Legislativa.

Educadoras e educadoras também aprovaram continuar mobilizados para pressionar o governo do Estado a pagar o retroativo do salário de 2016, seguirão cobrando retroativos e passivos. No calendário de trabalhadoras e trabalhadores consta ainda a participação, no próximo sábado, 21 de abril, nas festividades de entrega da Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto, onde se vão se unir aos movimentos sindical, sociais, populares, estudantis e políticos nas lutas do movimento Lula Livre, contra o golpe e em defesa da democracia e apresentação suas pautas.

Para a coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) e presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT/MG),  Beatriz Cerqueira, educadoras e educadores saíram unidos e vitoriosos da greve, que começou no dia 8 de março. “Esta greve só teve um derrotado: o governador Fernando Pimentel, que traiu o que prometeu. E nós ganhamos a disputa de opinião na sociedade, que nos deu apoio. Quem sai desgastado é o governador. Com unidade e muita luta fizemos o que muitos não acreditavam: a categoria reagiu. Saímos fortes e tolerantes com quem pensa diferente. Caravanas vieram e todo o Estado para as assembleias. Parabéns pelo movimento”, disse.

Durante a assembleia, os grevistas receberam o apoio dos sindicatos e entidades CUTistas, movimentos sindical, sociais, estudantis e populares e de lideranças políticas. Entre os apoiadores, na tarde desta quarta-feira (18), estavam Guilherme Boulos e Sônia Guajarara, candidatos a presidente e a vice pelo PSOL nas eleições gerais deste ano.

“Em um momento como esse, a solução é a resistência.  Vivemos num estado de exceção em que o povo vem sendo atacado e um exemplo disso foi o assassinato de Marielle Franco. E num momento assim, precisamos ser firmes e fazer greve. Para termos novamente unidade democrática precisamos de um projeto de mudança neste país, para enfrentar as oligarquias. . Vocês nos animam a lutar e resistir por um futuro melhor com igualdade neste país”, afirmou Guilherme Boulos. “A educação mostrou-se capaz de, com desenvoltura e ousadia, deflagrar a greve no dia 8 de março, Dia Internacional de luta das mulheres. Não podemos nos intimidar com quem nos ameaça, quando não há outro jeito que não a greve. Vocês mostraram unidade e força, mesmo no momento em que para vencer e avançar é preciso recuar”, disse Sônia Guajajara.

Beatriz Cerqueira agradeceu o apoio de todos os movimentos e fez uma referência especial à juventude. “Agradeço a todos os movimentos que estão conosco sempre. À Marcha Mundial de Mulheres,  ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), ao Levante, à UJS, aos movimentos estudantis, entre tantos outros que nos deram apoio o tempo todo. Agradeço à juventude, que esteve em todas as assembleias, foram às outras atividades, participaram da marcha de quase 12 km, da Cidade Industrial ao Palácio da Liberdade. Muito obrigado.”

“O movimento mostrou que quem luta, educa e traz esperança para todos os jovens deste Estado. A greve começa com a esperança de quem tem compromisso com uma educação pública de qualidade. O golpista Temer  quer que 60% das aulas sejam on line. Não passarão. Estudante se forma é em sala de aula junto com os professores.  Estamos juntos”, disse Glauberth Reis, da União Colegial de Minas Gerais (UCMG) e da UJS.

“Vocês nos ensinam. Queremos que continuem sendo exemplo de resistência e referência de unidade e de luta em Minas Gerais. No dia 21 de abril, estaremos em Ouro Preto pela democracia, pela soberania e pelos direitos de trabalhadoras e trabalhadores em educação”, saudou Soniamara Maranho, do MAB. “Trabalhadoras e trabalhadores em educação estão de parabéns. Nós, eletricitários, sabemos o que é o enfrentamento com o governo do Estado. Estamos juntos para o que der e vier”, afirmou o secretário-geral da CUT/MG e diretor do Sindieletro-MG, Jairo Nogueira Filho.

Fonte: CUT Minas

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