O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fez um post nas redes sociais considerado machista por internautas. Na sexta-feira (4/2), o parlamentar publicou um vídeo associando o acidente da obra da Linha 6 do Metrô de São Paulo ao trabalho de funcionárias da empresa responsável pelo empreendimento, a Acciona.
A gravação publicada pelo filho do presidente reúne imagens da cratera que se abriu na Marginal Tietê e entrevistas com mulheres que trabalham na empresa responsável pela obra.
“‘Procuro sempre contratar mulheres’, mas por qual motivo? Homem é pior engenheiro? Quando a meritocracia dá espaço para uma ideologia sem comprovação científica o resultado não costuma ser o melhor. Escolha sempre o melhor profissional, independente da sua cor, sexo, etnia e etc”, escreveu na internet.
No final do vídeo, ainda foram inseridas imagens do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pré-candidato à Presidência e alvo de críticas dos bolsonaristas.
Em nota, a Acciona repudiou as declarações do deputado e classificou o ato como “desrespeitoso” e "misógino". A companhia também afirmou que estuda medidas judiciais contra o parlamentar.
"A ACCIONA, como uma empresa que tem o respeito à diversidade como um dos pilares de sua política de ESG, lamenta profundamente o teor dessa videomensagem que circula em redes sociais. A empresa considera o conteúdo misógino e extremamente desrespeitoso com nossas colaboradoras", disse a empresa.
"A ACCIONA tem programas especiais de estímulo à contratação de mulheres, inclusive na área de construção, e se orgulha dos seus profissionais. A empresa estuda as medidas judiciais cabíveis ao caso”, afirmou, por meio de nota.
O Correio tentou contato com o deputado Eduardo Bolsonaro, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto para manifestação do parlamentar.
Caso Dayane Pimentel
Essa não é a primeira vez que o deputado Eduardo Bolsonaro faz publicações consideradas machistas. Em setembro do ano passado, a deputada federal Dayane Pimentel (PSL-BA) ingressou com um pedido de representação no Conselho de Ética contra o filho do presidente por conta de uma postagem em que foi chamada de traidora e teve um alvo colocado sobre seu rosto.
Ex-bolsonarista, Pimentel considerou a ação, conforme apontada na peça da representação, "assustadora, temerária e ameaçadora".
À época, a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados divulgou uma nota de repúdio à postagem. “Lamentamos a postura recorrente de Eduardo Bolsonaro por meio de atos de violência política de gênero em redes sociais, incompatíveis com o mandato parlamentar e por se constituírem em verdadeiro atentado à Constituição brasileira”, disse.
Fonte: Correio Braziliense Luana Patriolino