Editorial: Resistência de outras épocas



Editorial: Resistência de outras épocas

Considerada uma das maiores e melhores empresas do setor elétrico nacional, e fundamental para o desenvolvimento econômico de Minas, a Cemig está na mira das privatizações há décadas. Nossa luta contra a entrega da maior empresa pública do Estado também não é recente: O Sindieletro sempre esteve na linha de frente para defender a Cemig como uma empresa pública e geradora de empregos e serviços de qualidade para os consumidores.

Durante a gestão de Hélio Garcia, governador entre 1984 e 1987 e, posteriormente, de 1991 a 1994, ações da Cemig foram dadas como garantia de empréstimos na Europa, operação que ficou conhecida como Eurobônus. Imediatamente, o Sindieletro mobilizou categoria e parlamentares e denunciou a manobra de privatização da empresa.

Mais tarde, o governo de Eduardo Azeredo (1995-1998) aderiu à onda neoliberal de entrega do patrimônio público e desestatizou várias empresas mineiras. Na Cemig, a resistência contra a privatização foi intensificada: Realizamos debates com a sociedade, a categoria se mobilizou contra a privatização e envolvemos a Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Infelizmente, mesmo com nossos esforços, o governo conseguiu vender 33% das ações da Cemig para as empresas  estrangeiras Southern Eletric e AES. Além disso, foi criado o Acordo de Acionistas, que dava poder de veto ao sócio estratégico. Não nos abatemos: reunimos forças, mobilizamos a sociedade e os deputados. Conseguimos a instauração de uma CPI na ALMG e provamos que a venda das ações foi um péssimo negócio que causou prejuízos à empresa e ao Estado.

Graças à mobilização iniciada pelo Sindieletro, o governador Itamar Franco (1999-2003) anulou o Acordo de Acionistas. Também conseguimos mobilizar todos os deputados para que aprovassem a PEC 50 – hoje, um dispositivo constitucional que protege a Cemig e as empresas públicas mineiras da privatização.

A Emenda Constitucional determina que a venda de estatais mineiras depende da aprovação de três quintos dos deputados estaduais, em dois turnos, além da realização de um referendo popular. 

Em 2014 houve outra tentativa de privatização, desta vez com a PEC 68, que liberava a venda da Gasmig e, de quebra, da Cemig e demais estatais. Mais uma vez a categoria eletricitária impediu, com grande luta na ALMG, que arquivou o projeto.

Mais uma vez, a Cemig sofre ameaça de privatização, desta vez pelo governador Romeu Zema, municiado de um discurso que aponta a empresa como um entrave para o desenvolvimento de Minas. O Sindieletro está trabalhando para conscientizar a população, os parlamentares e os trabalhadores e trabalhadoras sobre a importância da manutenção da Cemig como estatal. A nossa resistência é para que a Cemig continue pública, eficiente e geradora de dividendos para o Estado e de desenvolvimento para a sociedade.

 

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