Chegou do Vale do Aço a denúncia de que a Ecel, empreiteira contratada pela Cemig para serviços na rede da Cemig na região, mantém há cerca de dois anos documentação irregular de seis veículos, incluindo caminhões usados para as atividades dos eletricistas. Também chegou a denúncia de que a empreiteira não deposita há mais de um ano o FGTS, além de deixar vários trabalhadores sem férias e não fazer o acerto trabalhista de ex-empregados, demitidos em 2014.
Entramos em contato com a Gerência de Relações Sindicais e de Trabalho (RH/RT) para cobrar uma resposta à denúncia, já que a Cemig é co-responsável pelo contrato com a Ecel e possui todo o poder para exigir o cumprimento da legislação por parte da empreiteira. Não obtivemos resposta.
Segundo trabalhadores da Ecel, a Gerência da Cemig em Ipatinga responsável pela gestão do contrato foi informada das irregularidades, mas nada fez a respeito. “Há mais de um ano tiro o extrato do meu FGTS, e não há nenhum depósito feito“, disse um trabalhador.
Outro revelou que são seis veículos circulando sem o pagamento do IPVA, Dpvat e taxa de licenciamento. “Fomos informados pela Gerência que não há nada a fazer, a Cemig só pode tomar uma atitude se uma blitz parar os veículos e aplicar multas, o que é absurdo. A empresa dá a autorização para a Ecel continuar com irregularidades”, questionou outro trabalhador. Um terceiro revelou que companheiros demitidos há cerca de dois anos estão sem a homologação do acerto trabalhista.
As irregularidades da terceirização se tornaram rotina há muito tempo, assim como se tornou também corriqueira a postura da Cemig de lavar as mãos, fazer vistas grossas. Os gestores, antigos e atuais, perderam o controle da terceirização na Cemig, não sabem ou fingem não saber o que ocorre. Esperávamos que a gestão da Cemig no governo Fernando Pimentel mudasse as coisas na estatal, garantisse respeito e a primarização, e que passasse a ter o controle das empreiteiras. Mas a realidade mostrou que não há interesse algum por outra Cemig. Estamos atentos e organizando os trabalhadores para correr atrás de seus direitos.