É na mídia alternativa que a democracia reage à tirania



É na mídia alternativa que a democracia reage à tirania

A crise política revela outro problema grave no Brasil: a concentração da imprensa nas mãos de uma pequena elite nada nacionalista. A falta de isenção, objetividade e imparcialidade nos noticiários começa a ser percebida por grande parte da população.

Cresce a crítica a uma imprensa que milita sem limite ético a favor do Impeachment da presidente Dilma e protege sem medida o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, comprovadamente dono de fortunas na Suíça.

A professora de jornalismo da UFMG, Ângela Carrato,tem usado as redes sociais para denunciar que seis famílias mandam nos jornais, rádios e televisão no Brasil. “A democracia aguenta? Em tempos de mídia golpista a pergunta não só é das mais oportunas, como dar um resposta democrática a ela se torna fundamental. E essa resposta, a exemplo de países como Estados Unidos, Inglaterra, França e Canadá é uma só: regulação Democrática da mídia já”!

Contraponto com informação de qualidade

A população que acredita que jornalismo tem papel fundamental na democracia tem buscado informação fora da grande imprensa, em canais alternativos.

O perfil da Mídia Ninja no facebook tem 15 milhões de acessos por semana e é exemplo de midialivrismo de sucesso. O Coletivo começou a atuar em 2013 em vários estados, fazendo a cobertura em tempo real das manifestações de rua e pela defesa aberta da democracia. Rapidamente virou referência para quem busca abordagem mais democrática da vida política do Brasil e do mundo. Em Minas, quatro jornalistas, um fotógrafo e um videomaker mantêm o perfil atualizado com a ajuda valorosa de colaboradores - voluntários que enviam imagens e informações que são checadas antes da publicação.

Talles Lopes, membro do grupo Ninja, acredita que centenas de iniciativas de comunicação livre se alimentam da necessidade de uma mídia mais democrática. “O acirramento evidencia o papel da grande mídia na articulação dessa tentativa de golpe no Brasil e nós conseguimos alcançar outros campos da sociedade favoráveis à democracia”, avalia. Talles afirma que, ao contrário da grande imprensa, a postura editorial da Mídia Ninja é assumida. “Estamos do lado dos movimentos sociais e vsomos o braço de comunicação desses grupos”.

Para Talles, até a esquerda sente que faltou, no projeto político popular implantado no Brasil, investir na democratização da mídia. “O próprio serviço público de comunicação é sucateado e todo o investimento de publicidade é feito na grande imprensa. Não há propaganda governamental nos blogs, o que indica que a gente faz tudo de forma voluntária”. No caso da Mídia Ninja, os recursos vêm do campo da cultura e das casas coletivas do projeto Fora de eixo.

No Facebook, no Twitter existe o grupo Jornalistas Livres também faz a cobertura ao vivo dos atos a favor da democracia, além de análises políticas e até econômicas. A página “O Mapa da democracia” é a ferramenta para pressionar o Parlamento a não aceitar retrocessos na democracia que também funciona como mídia.

O coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, acredita que, se não fossem essas mídias, seria muito mais difícil dar voz às argumentações que contrapõem a operação da mídia convencional para validaro golpe. “Nesses espaços, a sociedade consegue, se não elevar o nível de consciência, pelo menos fazer a reflexão necessária para a defesa da democracia”, avalia Jefferson.

item-0
item-1
item-2
item-3