Dois dias para trocar transformador que pegava fogo



Dois dias para trocar transformador que pegava fogo

Moradores de São Gotardo, na Região do Alto Paranaíba, denunciam o descaso da Cemig que deixou um transformador pegando fogo por mais de 20 horas sem tomar providência.

Pelas informações recebidas pelo Sindieletro, o transformador que fica na rua Doutor Moacir Franklin, começou a dar defeito no último dia 22, mas só foi apagado no dia 24.

Em vídeo postado nas redes sociais, o dentista Jaime Luiz Alves contou, que após ver fagulhas no equipamento, ligou para a Cemig, mas não conseguiu ser atendido.

Na terça (23), segundo o consumidor, houve novamente faíscas, iniciando um fogo que durou a noite inteira. Jaime ligou novamente para a Cemig e a atendente pediu para que ele acionasse o Corpo de Bombeiros.

“Eu disse que não tinha combate a incêndio na cidade e que achava que os bombeiros não poderiam fazer nada, pois o problema era na rede elétrica. Ela pediu que eu isolasse a área. Respondi que não tinha como fazer o isolamento. Então a atendente afirmou que enviaria uma equipe ao local, mas isso não aconteceu no dia 23 ” relatou.

Jaime conta que, na manhã da quarta-feira, dia 24, o fogo continuava a queimar e o transformador apresentava vazamento de óleo aquecido, formando uma poça na calçada. “Liguei novamente para a empresa. Por volta das 10h, chegou uma equipe (da empreiteira) que desligou a energia e colocou uma placa no transformador, apagando o fogo. No início da tarde, a equipe voltou para trocar o transformador e a operação terminou por volta das 17h”.

“O pior foi ver que pessoas passavam na rua com risco de serem atingidos pelo óleo. A Cemig deveria ter prestado atendimento mais rápido para desligar a energia, ” protestou o dentista.

Resposta da empresa

A Cemig foi procurada para explicar a demora na troca do transformador. O representante da empresa firmou que a reclamação entrou no sistema da Cemig no dia 23/05, às 20h40, e uma equipe esteve no local para avaliação às 21h30. Segundo o gerente de Relações Sindicais e do Trabalho, Brunno Viana, foi constatado defeito no barramento da bucha de baixa tensão e a necessidade de troca do equipamento. Vianna disse que, como foi avaliado pela equipe que não havia risco imediato, a troca foi programada e a substituição feita no dia 24.

A empresa nega que houve suspensão no fornecimento de energia, mas Jaime revelou que, durante todo o tempo transcorrido entre a faísca e a troca do equipamento, a população da cidade ficou sem energia o que gerou muitos transtornos e prejuízos.

Conhecida nacionalmente como a capital brasileira da cenoura, o setor agrícola de São Gotardo abastece os mercados de vários estados além de Minas Gerais, a sua produção é altamente tecnológica com utilização de irrigadores que consomem muita energia elétrica.

A Cemig não respondeu a denúncia recebida pelo Sindicato de que a empresa Libe, que atende a região, está com vários problemas na relação trabalhista e na fase final do contrato.

Desmonte

Na avaliação do Sindieletro, o fato ocorrido em São Gotardo comprova a situação denunciada há anos, de desmonte dos serviços e queda na qualidade do atendimento para favorecer empreiteiras acumular lucro para os acionistas da Cemig.

O Pessoal foi se aposentando, mas a direção da Cemig não fez concurso e a manutenção foi toda terceirizada. O município, que já teve 12 eletricitários, conta agora com apenas dois trabalhadores do quadro próprio e dois trios de terceirizados para atender a população de São Gotardo, além de Rio Parnaíba, Matutina, Tiros e o distrito Guarda dos Ferreiras que tem seis mil habitantes.

A população é que sofre com a queda na qualidade dos serviços. Há relato dos próprios trabalhadores que, por falta de pessoal, chamados de consumidor não estão sendo atendidos até vencer.

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