Pablo Henrique, metroviário, dirigente sindical e militante do Resistência-PSOL foi detido da manhã da quarta-feira (26), na Estação Eldorado, em Contagem, do Metrô de Belo Horizonte. No momento da detenção ele fazia um piquete no trilho para impedir que o metrô prosseguisse. Isso porque os metroviários iniciaram nesta quarta-feira uma greve em defesa da vacinação, tendo em vista que os trabalhadores dos transportes, juntamente aos da saúde e educação, são os principais contaminados e mortos pela Covid-19. Pablo Henrique foi liberado por volta das 13 horas, mas terá que responder a processo.
A justiça havia determinado que, durante a greve, o metrô deveria seguir funcionando, ainda que com escala reduzida. Do contrário, o sindicato teria que pagar multa de R$30mil por dia de paralisação. Os metroviários, mesmo reconhecendo que se trata de um ataque à greve, acataram à decisão de circular 100% dos vagões nos horários de pico - de 5h30 às 10 horas e das 16 horas às 20 horas.
Pablo já foi perseguido por lutar por segurança sanitária na pandemia outras vezes, tendo enfrentado recentemente um processo judicial contra sua ameaça de demissão autoritária por parte da empresa CBTU.
Flávia Valle, professora em Contagem, presenciou a prisão arbitrária de Pablo Henrique e acompanhou sua condução até a delegacia no bairro Eldorado. “Ele foi detido arbitrariamente pela Polícia Militar em plena paralisação dos metroviários. Os metroviários aprovaram no dia de hoje uma paralisação e já enfrentaram a Justiça que em plena segunda-feira (24) estabelecia uma liminar que seriam obrigados a fazer uma escala mínima, uma tentativa de burlar a luta dos trabalhadores definida democraticamente. A greve acontece por vacinação dos metroviários. É um absurdo que o prefeito Alexandre Kalil até hoje não tenha sequer vacinado os trabalhadores que estão na linha de frente. A luta dos vacinação dos metroviários faz parte da nossa luta pela vacinação de toda a população. A unidade dos trabalhadores e da população neste momento é fundamental. Exigimos a retirada de todos os processos contra Pablo Henrique.”
Fonte CUT Minas