Qual o sentimento dos eletricitários com a gestão da Cemig? Já estamos em Campanha de Renovação do nosso Acordo Coletivo de Trabalho (ACT 2015/2016) e, de posse do resultado da enquete realizada para saber a opinião da categoria sobre a pauta de reivindicações e a administração da empresa, constatamos que a paciência dos trabalhadores está no limite. A nova gestão recebeu nota média de 2,6 em cinco.
Participaram da enquete centenas de eletricitários e muitos acreditam que o momento de transição na gestão da empresa já passou. Para eles, chegou a hora da atual direção mostrar a que veio, com práticas que provem que desejam, realmente, o diálogo e negociações sérias e transparentes, sem enganos e sem dissimulações.
• “Não nos decepcionem, Pimentel e Mauro Borges, cumpram os compromissos assumidos com os trabalhadores de primarização, renovação das concessões para a Cemig e valorização profissional”.
• “Se é de interesse dessa diretoria avançar na gestão da empresa, ela precisa ouvir (de verdade) os trabalhadores da base da Cemig”.
• “Tratem a Cemig como grande empresa que é, a Cemig não é uma agência política, como acontecia no governo passado”.
A necessidade de reconhecimento profissional apareceu várias vezes na enquete:
• “Entendo que o país vem passando por uma crise econômica e política, contudo, nós, trabalhadores, devemos ter nosso reconhecimento profissional”.
• “Atualizem o PCR para motivar as equipes”.
• “A maior força da empresa é o funcionário. Maquinário e instalações qualquer um pode comprar, mas experiência e conhecimento não têm preço”.
• “Honre os compromissos e valorize seu pessoal, não há nada mais valioso para um relacionamento sério”.
• “Valorize o seu melhor recurso: valorize as pessoas”.
Na enquete, os trabalhadores destacaram que os diretores da estatal estão realizando uma gestão semelhante à anterior, frustrando expectativas.
• “Quando nas eleições passadas votamos no atual governador de Minas, pensamos que iria ter uma grande mudança na Cemig, mas o que percebemos é que continua do mesmo jeito, parece que está até pior”.
• “Favorecer os verdadeiros donos desta empresa, que é o POVO MINEIRO”.
• “As decisões estão sendo proteladas demais e isso causa muita ansiedade e indignação dos trabalhadores.”
Os novatos também deram o seu recado. Segundo um trabalhador, durante os últimos anos, vários concursados já saíram da empresa por não serem valorizados; ainda existem técnicos que entraram no concurso de 2006 e ainda são técnicos I, mesmo tendo sido bem avaliados. Alguns trabalhadores se propuseram a contribuir para a contenção de gastos e uma das alternativas apontada foi começar pela redução dos cargos comissionados e de gerências.
Mobilização
A mobilização também foi destaque na enquete. “Greve. Precisamos inovar na forma de fazer e não do que fazer”, afirmou um eletricitário. Outro trabalhador já opinou que é necessário buscar outras mobilizações, como as operações padrão e tartaruga. Noutra postagem, um eletricitário sugeriu que, “ao invés de irmos fazer greve na rua, façamos greve branca no próprio local de trabalho, ninguém na atual conjuntura aguenta ter dias descontados em seu salário”.
Outros eletricitários sugeriram que se criem dinâmicas de organização que de fato envolvam toda a categoria, buscando na experiência dos movimentos sociais e em grupos culturais, metodologias novas, que coloquem os trabalhadores como verdadeiros atores sociais e não apenas expectadores.