A criação da Diretoria de Recursos Humanos (RH) na Cemig e a nomeação de Maura Galuppo como gestora da pasta geraram questionamentos que só agora encontram respostas. Por que criar uma diretoria específica de RH na empresa? Por que indicar, numa pasta ligada às relações humanas, uma profissional de carreira na área financeira da estatal? É a “financeirização” da vida?
Nada melhor que o conflito e a disputa do processo negocial para fazer com que máscaras caiam e que as devidas respostas cheguem à categoria. Hoje, fica claro que a figura de uma financista na diretoria de RH foi pensada para viabilizar o projeto de retirada de direitos e ataque às conquistas da categoria. E nada melhor do que uma figura ligada à AIC para cumprir o papel de cortar custos numa área onde deveriam ser construídas relações humanas.
Relembremos, pois, as táticas da Diretoria de RH nessa negociação.
Corda no pescoço: Ou a Reforma, ou seus direitos!
Na segunda proposta apresentada pela Cemig, um dia antes da entrada em vigor da Reforma Trabalhista, a Cláusula nº 55 veio com uma alteração por parte da empresa: A quitação plena e irrevogável dos direitos dos trabalhadores (as) que saírem da empresa por PDV.
Em outras palavras, acesso “zero” à Justiça do Trabalho, inclusive na Cemig Saúde e Forluz, com chances de a regra se aplicar a quem já possui ações na Justiça.
Alguns sindicatos caíram na pressão e entregaram os direitos dos trabalhadores (as) de bandeja para a empresa.
Corda no pescoço 2
Formalidade, “pra quê”? Outra medida da diretoria foi de não oficializar a prorrogação da data--base da categoria, uma formalidade básica de demonstração de respeito ao processo negocial.
Ameaça e terrorismo
Cadê o ACT que estava aqui? A diretoria de RH ameaça descumprir e não reconhecer o nosso Acordo Coletivo de Trabalho, argumentando questões técnicas e jurídicas. Mas essa ustificativa é uma grande mentira, já que a empresa tem garantido outros pontos do ACT que refletem no nosso contracheque.
Não antecipar o adiantamento do salário de dezembro e ameaçar não pagar adiantamento do 13° aos trabalhadores que optarem por recebê-lo no mês de janeiro não passa de uma decisão política, radicalmente arbitrária e truculenta para pressionar a categoria.
Por isso, repudiamos a postura da diretora do RH, que recebe absurdos R$65 mil por mês e ataca a categoria num ponto sagrado para todos: no orçamento familiar!
Truculência antidemocrática - Sindicato pra quê?
Numa atitude que é comparável apenas àquelas que observamos em regimes antidemocráticos e autoritários, a Cemig não reconhece a liberdade e autonomia sindical, negando aos diretores do Sindieletro a liberação para participar de Conselho Deliberativo que discutiria a nossa campanha.
Nunca, em nenhum outro governo ou gestão da Cemig, a empresa foi tão truculenta com a categoria. Nem mesmo durante a maior greve da história, que durou 54 dias durante a campanha de 2015, tivemos problemas com prorrogação de data-base e reconhecimento e cumprimento do acordo após seu vencimento.
A cada dia, a sutileza de uma gestora cordial torna-se mais um elemento para entender a prática neoliberal de uma das piores gestões da história da Cemig. Basta saber a serviço de quem Maura Galuppo está!
Nosso recado!
O mais prudente, neste momento, seria que a diretora de RH, Maura Galuppo, revisse suas decisões e que abandonasse a postura beligerante que tem sido marca da empresa na Campanha.
Ou melhor, que o Governo Pimentel, responsável por todas as decisões tomadas pela estatal, assuma seu papel neste processo.
Como já alertamos, não esperem de nós, trabalhadores e trabalhadoras, menos do
que muita luta frente a tanto desrespeito. Aqui, não tem acordo na calada da noite.
Aqui vai ter mobilização e muita!