Para aplicar reajustes exorbitantes sem ter que negociar com trabalhadores ou debater com entidades, deram um golpe na lei e criaram um novo plano sem a autorização de nenhum participante. Com a mudança, todos os beneficiários foram transferidos compulsoriamente para o plano novo com nova tabela de dependentes especiais.
Com essa medida absurda, centenas de trabalhadores que têm inscrito filhos maiores de 21 ou 24 anos, netos e país, sofrerão reajustes abusivos e irão pagar entre R$100 é até R$300 a mais por mês.
Na apresentação feita pela Cemig Saúde, no último dia 27, após muita cobrança do Sindieletro e da AEA, ficou claro que o principal objetivo da mudança foi apenas driblar a legislação e aplicar o reajuste diferenciado nas mensalidades. A manobra é uma tentativa patronal de adiar um eventual reajuste no custeio com a participação Cemig e demais patrocinadoras do PSI.
O incrível é que a mesma consultoria que garantiu que o plano estaria equilibrado até 2020, agora aparece com outro estudo para justificar este novo aumento abusivo. Só para lembrar, esta nova parcela é paga somente pelos participantes.
Essa manobra não é apenas ilegal, como também imoral e antiética, já que temos um acordo assinado em 2016 prevendo que só teríamos aumentos extraordinários em 2020. Se de fato ocorreu um descontrole tão grande, temos que ter uma auditoria no Plano e voltar à mesa de negociação. Isso nos intriga muito, pois em 2016 o custeio dos dependentes especiais teve um superávit de 831.567,48 e os dados acumulados de 2017 não foram divulgados.
A serviço de quem?
Para a categoria eletricitária, é especialmente revoltante saber que a destruição do Acordo do PSI- construído coletivamente, inclusive com muitas greves, e assinado em sucessivos acordos por 13 entidades - foi feita com o aval dos conselheiros eleitos pelos participantes.
Na apresentação do plano, o presidente da Cemig Saúde fez questão de destacar que essa migração forçada foi discutida em quatro reuniões do Conselho Deliberativo e aprovada na reunião de 18 de agosto deste ano, por unanimidade, incluindo, portanto, o voto dos conselheiros eleitos.
Mantemos a defesa de que os representantes eleitos devem levar os assuntos relevantes para a categoria, sobretudo submetendo-os à apreciação das assembleias. E lembramos que essa foi a primeira vez que uma mudança foi feita no PSI sem ouvir a categoria. Se mantida, a manobra abre um precedente terrível para a empresa fazer qualquer alteração no PSI, inclusive retirando benefícios, de forma unilateral.
#Partiu pra luta!
Cemig, respeite o acordo assinado, cancele a “volta” na lei, o aumento abusivo, ilegal e imoral. Exigimos uma auditoria independente e o retorno à mesa de negociações. TRAPAÇA NÃO!