A categoria eletricitária de Minas Gerais exerce um papel protagonista na luta da classe trabalhadora no nosso país. Fomos - e somos - vanguarda na defesa dos direitos de todos os trabalhadores e trabalhadoras. Por isso, na atual conjuntura, quando tentam criminalizar as lutas do povo, sobretudo daqueles que buscam justiça social com distribuição de renda e valorização da democracia, a principal simbologia do 1º de Maio deve ser o compromisso permanente com a resistência. No Brasil de hoje, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego já atinge 13,1 milhões de pessoas. O mesmo estudo constatou, também, que em 2017, o nú- mero de pessoas em situação de extrema pobreza foi de 14,83 milhões, o que representa um aumento de 11,2% em relação a 2016. Os números do IBGE são apenas o resultado frio das políticas antipopulares de um governo ilegítimo, cercado de malas e focado nos interesses de uma parcela privilegiada da nossa sociedade.
São frios porque não conseguem dizer o quanto o povo sofre. E por que citar mazelas para falar de um dia que é do povo? Porque esses problemas nos lembram a missão histórica que carregamos conosco, trabalhadores e trabalhadoras, de sermos a resistência para mudar esse quadro. Caso, por exemplo, da Reforma da Previdência, que saiu de pauta depois das intensas mobilizações, denúncias e a massificação do debate realizada pela sociedade civil organizada, sindicatos, movimentos sociais, etc. Eletricitário, eletricitária, urbanitário, professor, professora, enfim, trabalhador ou trabalhadora: unidos, como classe trabalhadora, nós somos a esperança de construção de um mundo melhor, através daquilo que fazemos melhor: lutar.
E na Cemig, o que temos para comemorar?
Nosso Acordo Coletivo 2017/2018 tem várias cláusulas que sobrepõem a CLT. Uma grande conquista que resultou de muita luta e obstinação. A categoria eletricitária ocupa um lugar difernciado no conjunto da sociedade. Por isso, é importante reafirmar a perspectiva de luta para todas as outras pautas nas quais ainda trabalhamos. Para além das lutas no âmbito estadual e nacional, ainda temos as nossas demandas corporativas na Cemig. E não são poucas. Negociamos, nesse momento, mais de 40 pautas com a gestão da empresa.
E não tem sido um processo fácil. O próprio dia de hoje, véspera do feriado do 1º de Maio, pode ter se tornado simbólico na nossa luta corporativa, com a quebra, por parte da gestão da empresa, de uma prática histórica de emendar os feriados, justo naquele dedicado ao trabalhador(a). Voltando às demandas já acumuladas, muitas se arrastando há meses ou anos, temos um cenário desafiador dentro da Companhia. PDVP, localidades, readaptações, abono da PLR, assédio moral, problemas na política de RH, entre tantos outras demandas; e uma gestão do Governo do Estado que se provou, em certos aspectos, tão ou mais neoliberal que as anteriores. É uma conjuntura desafiadora, porém perfeitamente possível de ser transformada se houver união e luta da nossa categoria.
E exemplos não faltam para provar que a luta é o caminho. Entre 2015 e 2016, sucessivos reajustes reais acima da inflação, como o retroativo dos 3%, 1,2% linear sobre os salários em 2015 e 1% em 2016 provam que podemos, sim, vencer! A chave de tudo é a luta, como foi em 2015, ano da maior greve eletricitária da história, que durou 54 dias. Portanto, nesse 1º de Maio, vista a sua camisa de campanha e participe dos atos do Dia do Trabalhador. Proteste. A sua indignação e o seu grito são muito mais do que uma simples amostra de insatisfação. Representam, acima de tudo, a simbologia da esperança. Dizem aos opressores que não nos calaremos. Que a nossa esperança siga viva e que a luta pelos nossos direitos não cesse. Jamais!
Boas lutas e viva o povo Trabalhador!