Nas cidades polo da região Mantiqueira as empreiteiras não estão com efetivo necessário para dar conta das demandas. A Cemig não tem profissional apto a analisar projetos para liberar cargas a clientes que queiram fazer novas ligações ou aumentar a demanda de consumo de seus empreendimentos.
Segundo o coordenador da Regional Mantiqueira, Edvaldo Pereira, em períodos chuvosos os clientes chegam a ficar até duas semanas sem energia. Para novas ligações comerciais a espera passa de um mês. “Há também uma grande quantidade de obras que estão atrasadas, com empreendimento pronto, mas nada funciona porque a Cemig não construiu a rede de atendimento”, conta Edvaldo. “Em geral, há muita reclamação dos clientes”, conclui.
A falta de respeito com os eletricitários também exemplifica o momento vivido pela Cemig. No Vale do Aço, o fechamento de um setor na cidade de Coronel Fabriciano obrigou os trabalhadores a se deslocarem para Ipatinga. A decisão foi tomada unilateralmente, sem consulta ao Sindicato.
Em Guanhães, os trabalhadores seguem extrapolando a jornada, cumprindo sobreaviso aos sábados e domingos e não recebem a folga remunerada na semana seguinte.
Regional Norte
Também são comuns os relatos de trabalhadores preocupados com o emprego na Regional Norte Em Montes Claros as equipes de Transformação e Manobra foram reduzidas ao longo dos anos e o quadro de trabalhadores está desfalcado – situação que não se resolve facilmente, pois a formação desses eletricitários leva vários anos e exige investimentos em treinamento e muita experiência profissional.
Em Pirapora, a equipe do P.A.M. relatou que os trabalhadores chegam a percorrer mais de 1000 quilômetros, em ida e volta, para atender os consumidores.
Não é de se estranhar que a Cemig esteja passando por tantos problemas. Sem respeitar os trabalhadores e honrar os compromissos com a categoria, como esperar um serviço de boa qualidade, entregue no prazo estabelecido?