O Sindieletro recebeu a informação que no dia 25 de abril teve festa na Unidade do Jatobá, em Belo Horizonte, para receber a Emtel, empreiteira que a partir de agora vai operar o Centro de Distribuição de Material da Cemig e também fará serviços de limpeza e refeitório. Houve comunicado “na casa”, mas a maioria do pessoal do quadro próprio não quis festejar a terceirização arbitrária e autoritária de mais um setor da Cemig.
Entre os trabalhadores que perderam a função sem direito a opinar, depois de 20 ou 30 anos de Cemig, o sentimento é de terem sido descartados. A maioria dos técnicos em logística estava no almoxarifado há mais de dez anos. Muitos foram transferidos para outras bases e muitos estão sem função na empresa, já que o remanejamento não foi programado.
Um eletricitário conta que não há nenhuma informação concreta para onde a equipe vai e que cada trabalhador está procurando um setor para ir por conta própria. Por meio de colegas, o técnico fica sabendo onde há vagas e busca fazer entrevista. Um eletricitário diz que a situação está ficando insustentável. “Ficar sem função nos incomoda e nos deixa inseguros. Aqui está todo mundo ressabiado, sem entender o que será feito”.
Há dois anos o Sindieletro cobra da Cemig explicações para o processo de desativação do almoxarifado da base Jatobá, que estava sendo preparado para a terceirização sem qualquer diálogo com os trabalhadores.
Em março de 2012, o gerente de Logística e Administração de Material, Wander José Eustáquio de Oliveira Júnior, prometeu, em entrevista ao Chave Geral (nº 700) que os trabalhadores seriam ouvidos no processo de transferência para outros locais da empresa. Mas o gerente não cumpriu a sua palavra e várias transferências de pessoal foram feitas de forma unilateral e autoritária, principalmente para o Centro de Distribuição Avançado de Igarapé, sem qualquer diálogo ou respeito à vontade do trabalhador. Até o gerente foi transferido, mas a empresa não dialogou com os trabalhadores.
A direção do Sindieletro condena essa postura autoritária dos gestores da Cemig de não negociar mudanças que terão impacto direto na vida dos trabalhadores, gerando muitos transtornos. A pergunta que fica é: para onde vão os trabalhadores?
Risco da terceirização
A Emtel é a mesma empreiteira que assumiu em março o serviço de transporte de cargas especiais da Cemig, no Quarteirão 10. Apesar de se tratar de atividade de alto risco, a empresa não tem nenhuma experiência na área de logística especial e presta serviços utilizando equipamentos e know how da Cemig. Com a terceirização do serviço, trabalhadores do quadro próprio ainda tiveram que treinar equipes de empreiteira e também estão com o futuro incerto.