Desprezo da Cemig com a vida no CRIU UBERLÂNDIA!



Desprezo da Cemig com a vida no CRIU UBERLÂNDIA!

Sindieletro defende interdição, já! Coordenador do Sindicato aponta negligência da gestão zemista na Cemig

 A Regional Triângulo do Sindieletro mais uma vez apurou que os trabalhadores do CRIU-UBERLÂNDIA estão correndo sério risco de adoecimento e de acidente de trabalho grave e até fatal por conta da situação da extrema precariedade no prédio onde eles são lotados, com ambiente degradante. Um cenário tão devastador que a medida mais urgente a ser tomada é a interdição das áreas onde há riscos para os eletricitários e eletricitárias. A Gerência afirma que falta verbas para solucionar, ignorando que a vida dos trabalhadores e trabalhadoras vem em primeiro lugar.

É uma situação que vem se arrastando há anos, mesmo com nossas cobranças e as insistentes cobranças da CIPA do local para solucionar logo. Esse assunto, inclusive, já foi debatido exaustivamente nas reuniões da CIPA e só foram apresentados alguns paliativos, sem resolverem de fato e sempre com o argumento de gestores de que falta recursos financeiros.

Com o retorno ao trabalho presencial, mais eletricitários estão em risco. Segundo alguns deles, todos estão vivendo oito horas diárias em um ambiente degradante, com o teto literalmente prestes a cair sobre eles, com goteiras persistentes quando chove e um mau cheiro insuportável, porque nos forros “vivem” ratos, pombas e baratas, acumulando fezes e pulgas. Sem falar na sujeira que desce do teto, com as chuvas, atingindo computadores, mouses e mesas.

Conforme Relatórios de Inspeção e Segurança (ISVA) elaborados pelo setor responsável pela Saúde e Segurança no CRIU ( DGP/ST), em 22 de junho e 16 de agosto de 2021, a situação é de calamidade, de muito perigo para os trabalhadores e a Cemig precisa interditar imediatamente os locais atingidos com a extrema precariedade. Foram feitas inspeções na oficina do CRIU e na estufa da equipe de Linha Viva (LV) e áreas anexas. Várias irregularidades foram encontradas, em desrespeito à legislação de saúde e segurança e à própria política de saúde e segurança adotada pela Cemig.

Os detalhes dos relatórios:

Relatório de Inspeção de Segurança realizada na oficina de equipamentos do CRIU em 22 de junho de 2021, apontou que as situações encontradas nas áreas de trabalho geram agravos à saúde e integridade física dos trabalhadores, além da degradação do meio ambiente

O que foi apurado de irregular:

Nos fundos da oficina foi constatado que o guarda corpo existente (estrutura na construção, como grade ou balaustrada de proteção usada em balcões, janelas, sacados ou varandas, entre outros) está solto na base em diversos pontos de sua extensão, bem como da presença de corrosão bastante avançada. Parte da estrutura (toldo) está comprometida devido à falta de fixação, podendo favorecer a sua queda, principalmente em decorrência de chuvas fortes, ventanias ou temporais.

Foi identificada a presença de tábuas com pregos gerando risco de acidentes aos transeuntes e trabalhadores. Um grande desrespeito à NR-18 (Norma Regulamentadora das Condições de segurança e saúde no trabalho na indústria da construção).

 

Relatório de Inspeção realizado em 16 de agosto

Existência de rachaduras em toda extensão da área de acesso à sala da estufa de linha viva, nos pisos dos corredores, degraus das escadas, tanques e pátio. Rachaduras no piso do pátio; o corredor de acesso às dependências das salas dos eletricistas, sanitários, pátio e estufa da linha viva estão sem o guarda corpo, gerando risco de queda para os trabalhadores.

Corredor de acesso sem guarda corpo e um guarda corpo com avaria na estrutura depositada no solo.

O teto corre risco de queda sobre trabalhadores e também está exposto às intempéries. Há sérias rachaduras e trincas significativas com danos estruturais na parede da sala, tanque e áreas anexas, gerando riscos para os trabalhadores.   Teto exposto e com risco de queda e trincas na parede; trincas/rachaduras nas paredes da sala da estufa da LV (Linha Viva). E trincas/rachaduras na parede externa da sala e no tanque de lavagem de coberturas da LV.

 Na avaliação que consta no relatório, foi apresentada a proposta de interdição dos locais. “Essa situação expõe os trabalhadores a graves riscos de acidentes em razão do comprometimento de toda edificação e seu entorno. Diante disso, considerando ainda o compromisso com a vida e a integridade física das pessoas, solicito a interdição temporária da sala e áreas adjacentes citadas, mediante a instalação de barreiras (tapumes, cerquites ou equivalentes) que impeçam a circulação de transeuntes no local até que sejam adotadas a manutenções corretivas/reparatórias de natureza civil de caráter definitivo”.

 Ainda de acordo com o Relatório de Inspeção realizada em agosto, a solicitação de interdição é amparada na NR-3 (Norma Regulamentadora que trata de Embargo e Interdição no caso de risco à segurança dos trabalhadores) e na Política de Segurança do Trabalho Saúde Ocupacional & Bem Estar (SSO&BE) elaborada pela própria Cemig, com destaque para o item 2.4:  “A segurança é inerente ao trabalho. Nenhum trabalho pode ser feito sem segurança. Nem urgência, nem importância, nem qualquer outra razão poderá ser invocada para justificar a falta de segurança no trabalho.”

Trabalhadores relatam situação degradante

Alguns trabalhadores do CRIU -UBERLÂNDIA encaminharam ao Sindieletro relatos sobre a situação que eles vivem no local, após mais de um ano de home office. “Fomos obrigados a voltar ao trabalho presencial e chegamos ao CRIU em um ambiente degradante; é só ter uma chuva que há vazamento de água represada debaixo do forro e, junto com a água, caem fezes de pombos, ratos, baratas e mais não sei o quê”, desabafou. Outro disse que ninguém consegue aguentar o mau cheiro e a sujeira que as goteiras causam nos computadores, mouses e mesas. “Não aguentamos ficar aqui, dentro da sala, principalmente em ambiente fechado, com o mau cheiro, e também com o calor insuportável. Com o calor, se fechamos as janelas, o mau cheiro é insuportável, se abrimos, o calor faz até passar mal. Imagina aguentar esse ambiente oito horas por dia.”, lamentou. Outro companheiro afirmou que todos estão “vulneráveis” aos riscos de adoecimento e acidente de trabalhado. Ele concluiu: “Dá medo!”

Se Cemig não resolver imediatamente vamos tomar providências

A Regional Triângulo do Sindieletro já convocou o nosso Departamento Jurídico e já discute no âmbito da diretoria sindical sobre as devidas providências para proteger a saúde e segurança dos trabalhadores e trabalhadoras do CRIU. Cobramos da Cemig a interdição imediata dos locais atingidos pelas irregularidades, se não foi feito logo, vamos recorrer às instituições cabíveis para garantir a interdição. E, ao mesmo tempo, o retorno ao home office.

O Sindieletro está buscando o debate com a Cemig e a ALMG para reverter a decisão da empresa de retornar com o trabalho presencial.

A Regional Triângulo do Sindieletro repudia a atitude da Gerência do CRIU, que simplesmente arrasta o problema há anos e alega que não há recursos. Uma empresa tão lucrativa como a Cemig, que lucra bilhões anuais, não pode agir com tanto desprezo à vida dos eletricitários e eletricitárias. Dinheiro tem, basta decidir pela interdição para que as áreas em estado degradante passem por reformas.

Reflexo do governo Zema na empresa, de negligência com os trabalhadores

O coordenador-geral do Sindieletro, Emerson Andrada, destaca que, enquanto a Cemig acumula recursos em caixa e divulga crescente lucratividade, a vida e a saúde da categoria eletricitária são colocadas em risco pela gestão da empresa que não se responsabiliza pela qualidade do ambiente de trabalho. “Como se não bastasse propor retorno ao trabalho presencial em plena pandemia, há negligência no ambiente de trabalho, tornando-o perigoso e adoecedor. É o reflexo do Governo Zema sobre a empresa, que não dá valor àqueles que constroem e mantém a Cemig de pé”, critica.

 

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