Desafio do novo presidente da Cemig é a privatização e o nosso é a resistência



Desafio do novo presidente da Cemig é a privatização e o nosso é a resistência

Se o novo presidente da Cemig chega para tornar mais agressiva a política privatista, a categoria eletricitária ficará mais atenta e mais resistente à venda da estatal.

Confira a matéria do jornal O Tempo:


Novo presidente da Cemig tem a privatização como maior desafio

A Cemig informou ontem que o economista Reynaldo Passanezi Filho substituiu Cledorvino Belini, que estava desde o início do ano passado no cargo, na presidência da estatal.

A decisão do Conselho de Administração foi entendida por lideranças próximas à alta cúpula da empresa como catalisadora do processo de privatização que o governador Romeu Zema (Novo) defende. Segundo a estatal, o ex-diretor continuará como membro do Conselho. 

Apesar de a Cemig não ter informado oficialmente o motivo da troca na direção, havia um acordo informal entre Belini e o Conselho de que ele ficaria, apenas, um ano no cargo devido a problemas de saúde.

Contudo, a principal razão para seu afastamento, de acordo com fontes, teria sido o baixo empenho com a pauta da privatização. Em carta de despedida, o executivo afirmou que sua saída “atende a uma necessidade de caráter pessoal”. 

Belini, que esteve à frente da Fiat na América Latina por 12 anos até se aposentar em 2018, foi responsável pela reestruturação administrativa na Cemig realizada no ano passado.

Segundo a energética, um plano de investimento de R$ 8,2 bilhões entre 2019 e 2022 foi equacionado pelo Conselho durante sua gestão e a estatal liquidou 25% dos cargos de liderança. 

“A Cemig está novamente lucrativa, dispõe de uma estrutura bem mais enxuta e eficiente e, aos poucos, vem melhorando o atendimento a seus clientes. Praticamente zeramos as obras em atraso, que eram 39.000 no início do ano passado. O que resta é residual”, afirmou Belini.

Passanezi disse durante cerimônia de despedida do ex-diretor que sua gestão seguirá a “linha mestra do planejamento estratégico” construído por Belini. “Meu compromisso é engrandecer ainda mais a Cemig e prestar serviço à sociedade com qualidade e preços competitivos”, afirmou em nota.

A escolha de Passanezi para a diretoria da estatal foi uma indicação da cúpula do partido Novo de São Paulo, segundo uma fonte informou a O TEMPO.

O executivo, que não é filiado à sigla, participou ativamente de processos de privatização no Estado no últimos anos, como a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (ISA CTEEP), da qual foi presidente, e a expectativa é de que ele seja o responsável por acelerar a venda da Cemig. 

Questionado, o pré-candidato à prefeitura de Belo Horizonte, Mateus Simões (Novo), que foi braço direito do governador Romeu Zema durante a eleição de 18, afirmou que o processo de escolha foi “100% profissionalizado”.

“Acredito que o governador possa ter ouvido pessoas qualificadas, como o presidente nacional do Novo, pelo conhecimento do mesmo de mercado, mas nenhuma interferência para além disso”, diz. 

Acostumado com grandes negócios 

Reynaldo Passanezi trabalha desde o início de sua carreira com cifras bilionárias.

Ele participou das privatizações paulistas como assessor do Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização, em fusões e aquisições no BBVA e esteve por seis anos na Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (ISA CTEEP). 

Passanezi começou como diretor financeiro na energética e chegou ao cargo de diretor da empresa. O executivo é doutor em economia pela Unicamp, graduado em direito pela PUC-SP e em ciências econômicas pela USP.

Bolsa

Só no último mês, as ações da Cemig na B3 avançaram quase 20%, indo de patamares próximos aos R$ 13 em dezembro a R$ 15,35 no último fechamento.

 

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