O presidente da comissão especial da reforma da Previdência, Carlos Marun (PMDB-MS) tenta fazer a reforma sem o testemunho popular.
Logo no início da reunião, durante apresentação das questões de ordem, nesta terça-feira, 9, os deputados Ivan Valente (Psol-SP), Pepe Vargas (PT-RS), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), André Figueiredo (PDT-CE), Bebeto (PSB-BA) e Alessandro Molon (Rede- RJ) pediram a suspensão da sessão para pedir a Rodrigo Maia a retirada das grades e a liberação do acesso do público externo.
A oposição também reclamou da presença de policiais legislativos portando armas de fogo dentro da Câmara. “Não me lembro, em 20 anos de casa, de polícia entrar armada aqui dentro. Isso pode degenerar para qualquer coisa”, disse o deputado Valente, sustentando que a situação é inconstitucional.
Além das grades, policiais militares e legislativos reforçam esquema de segurança da Câmara nesta terça-feira (9)
Marun ignorou a solicitação dos oposicionistas. Segundo ele, o cerco era uma “medida excepcional” para garantir a liberdade de voto dos deputados de acordo com suas convicções pessoais. O peemedebista permitiu apenas a entrada daqueles que haviam sido convidados pelos partidos para as discussões do relatório e que possuíam senha de acesso à Casa, atendendo a pedido do deputado petista Pepe Vargas. “Os partidos têm responsabilidade sobre quem convidam”, ressaltou Marun.
Na semana passada, agentes penitenciários interromperam a votação dos destaques e ocuparam o plenário da comissão. Eles protestavam contra a decisão do relator, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), de excluí-los da lista das categorias beneficiadas com aposentadoria especial.
A bancada do Psol promete fazer manifestação em uma das entradas da Câmara, no início da tarde, para protestar contra o cerco à Casa.
Fonte: Congresso em Foco, 09.05.2017