Deputados, prefeitos e vereadores estão na resistência, reafirmam as denúncias do Sindieletro de sucateamento para privatizar e cobram que do governador que volte atrás na decisão de fechamento de localidades.
No dia 15 de março a Comissão de Direi tos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) realizou uma Audiência Pública para debater o fechamento de localidades da Cemig e definir encaminhamentos sobre o assunto.
A audiência ocorreu a partir de uma demanda do Sindieletro levada para a deputada Beatriz Cerqueira (PT), que solicitou o debate. Na audiência, foram aprovados cinco requerimentos: a suspensão imediata do fechamento de localidades; a solicitação para que a estatal entregue à Co-issão de Direitos Humanos dados pormenorizados sobre a economia pretendida com o fechamento das localidades; o envio de dados sobre a economia obtida com a terceirização na empresa; solicitação ao Ministério Público para que apure e dê encaminhamentos sobre a questão; e, por fim, o envio de uma nota de repúdio à Cemig pela ausência de representação da empresa.
Luta ganha adesão de políticos
Deputados, prefeitos e vereadores presentes na audiência anunciaram o apoio à luta contra o fechamento de localidades. Mais que isso: eles reafirmaram a denúncia do Sindieletro de que o fechamento de localidades é parte da estratégia do governo Zema de precarizar os serviços da Cemig para, depois, privatizar.
O deputado Zé Guilherme (PRP) disse que a pauta discutida é “muito séria” para que a Cemig se ausentasse da audiência. Para ele, os serviços da Cemig ficarão ainda mais precarizados, e a empresa demonstra descaso com a população ao fechar localidades.
Já o deputado Betão (PT) destacou que a empresa “está fechando para precarizar e depois privatizar”. Ele acrescentou que na Assembleia e tampouco junto à população, o governador Zema terá apoio para o fechamento de localidades e a privatização da Cemig. “O povo não quer privatização, quer serviços de qualidade”, destacou.
“A Cemig está em nossa cidade há mais de 30 anos. Serão 15 municípios afetados. Ninguém apoia o fechamento de localidades na região”. A afirmação foi do prefeito de Bom Jardim de Minas, Sérgio Martins. Ele cobrou do governo do Estado que repense a decisão de fechamento de localidade com humildade. “Voltar atrás em decisões não é vergonha para ninguém, é preciso coragem e humildade para mudar de decisão”, justificou. Segundo Sérgio Martins, “é o fim do mundo o fechamento de localidades da Cemig”.
O prefeito informou que na região de Bom Jar dim de Minas os apagões são diários, o que tem afetado a economia local. Se gundo ele, os fazendeiros reclamam perdas na produção de leite diariamente. “Não adianta fechar e mandar terceirizados, porque não vão resolver, eles não têm a mesma formação que os eletricistas da empresa, vão levar 50 anos para ter. E não adianta privatizar, só vai piorar”.
Segundo o prefeito, há grande indignação popular na região, sobretudo devido à falta de energia, com demora de até 70 horas para o restabelecimento. Ele anunciou que a Câmara Municipal de Bom Jardim de Minas já acionou o Ministério Público para investigar e exigir que a Cemig volte atrás na deci são de fechar a localidade. “Orientamos as Câmaras de outras cidades a fazerem o mesmo”, observou.
O prefeito de Campos Altos, Paulo Almeida, afirmou: “a Cemig está fazendo a gente de idiota. Não podemos ficar sem as localidades, muito menos descartar a experiência dos eletricistas da empresa, que estão há anos na cidade e conseguem resolver todos os problemas na rede, de forma rápida e eficiente”.