Deputado que vota pela retirada do referendo da Constituição, bom sujeito não é!



Deputado que vota pela retirada do referendo da Constituição, bom sujeito não é!

Em entrevista ao jornal O Tempo, o secretário de governo, Gustavo Valadares, afirmou que nas primeiras semanas do 2° semestre de 2023, Zema irá apresentar na ALMG a PEC que propõe por fim à exigência constitucional sobre o referendo que dá direito ao povo de Minas Gerais decidir pela privatização ou não da Cemig, Copasa e Gasmig.

Em primeiro lugar, é importante dizer que o secretário deturpa a verdade ao dizer que a maior parte das ações da Cemig já são controladas pela iniciativa privada. Hoje, o governo de Minas Gerais tem sozinho 50,97 % das ações ordinárias, ou seja, aquelas que dão o poder de decisão no Conselho de Administração. No total das ações da Cemig, o governo de Minas tem 17,04% de participação. Nesse cenário, apontamos três contradições ao projeto de privatização:

1° - A Cemig é lucrativa, em 2022 lucrou mais de 4 bilhões de reais. A mídia anuncia que no segundo trimestre de 2023 o lucro da Cemig foi 25 vezes maior que o lucro gerado no mesmo período do ano anterior. Se dá lucro, por que privatizar?

2° - Se o governo vender as ações da Cemig para a iniciativa privada, vai embolsar cerca de 4 bilhões de reais, equivalente aos seus 17% das ações. Esse valor remunera aproximadamente uma folha de pagamento do estado. E aí?

3° - É incoerente entregar o poder de decisão da maior empresa do estado, propulsora do desenvolvimento em troca do valor referente a 17% das ações que paga um mês de salário do funcionalismo público. Faz sentido para você?

Zema quer tirar o referendo da Constituição porque sabe que a maioria da população de Minas Gerais é contra a privatização e muito provavelmente será derrotado na consulta popular. As pesquisas de opinião têm apresentado resultado desfavorável ao governo quando a pergunta é sobre o tema das privatizações.

A argumentação que o referendo é algo impossível operacionalmente também não cabe, afinal, temos um sistema eleitoral eficiente que garante a participação da população nas eleições nos lugares mais extremos do nosso estado e do país. Gostaríamos muito que Zema manifestasse preocupação com dinheiro público quando paga 1 milhão de reais de bônus (em substituição à PLR) para o presidente da Cemig, além dos 100 mil reais de salário, sem contar dos outros 15 diretores da estatal.

Outro ponto intrigante na matéria refere-se à menção de Valadares ao papel do legislador na representação do seu eleitorado. Se é fato o que as pesquisas de opinião apontam, logo, eliminar a participação popular que tende a não concordar com as privatizações, dando aos deputados e deputadas o direito de decidir sobre as privatizações, seria representar ou substituir seus eleitores. Vamos ao debate governo Zema, deixe o povo manifestar!

O Sindieletro está dialogando com a ALMG e construindo alternativas na luta popular junto a sindicatos, movimentos sociais e populares, parlamentares, partidos, etc, para enfrentar o autoritarismo do governo.

Cemig: esse “trem” é nosso!

 

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