Demissões na Cemig S criticadas em audiência



Demissões na Cemig S criticadas em audiência

Durante audiência pública da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembleia Legislativa, dia 29, eletricitários narraram a trajetória de discriminação, perseguição até serem demitidos da Cemig Serviços. Na reunião, realizada por requerimento do deputado Duarte Bechir (PSD), a pedido do Sindieletro, trabalhadores denunciaram a pressão da empresa para que aderissem ao Programa de Desligamento Voluntário.

O coordenador-geral do Sindicato, Jairo Nogueira Filho, defendeu que os trabalhadores concursados não sejam punidos pela má gestão da Companhia, com a demissão, mas transferidos para a Cemig D. “Eles serão bem vindos lá, onde ajudarão a melhorar a qualidade do serviço prestado, tão prejudicado pela terceirização sem limites”, disse. Mas a reivindicação foi desconsiderada pelo assessor da diretoria da Cemig, Marcelo Alkmin, que reafirmou na audiência a proposta absurda da contratação de empregados pelas empreiteiras da Cemig.

O deputado Rogério Correia (PT) destacou que a estatal teve lucro de R$ 4,2 bilhões em 2012 e tem condições de incorporar os trabalhadores em seu quadro próprio. “Muitos eletricitários deixaram emprego e não podem ser penalizados pelo fechamento da empresa. Ao invés de serem transferidos para as empreiteiras, como sugere o presidente Djalma Morais, por que não podem ser absorvidos pela Cemig? Assim eles estariam sendo mais respeitados como concursados”, disse Correia.

Vários eletricitários deram depoimento na audiência. Múcio Marques Gontijo Júnior mostrou telegrama chamando para a posse em 4 de junho de 2012 e pedindo a carteira de trabalho com a baixa do emprego anterior. “Quando entrei, disseram que iríamos trabalhar na empresa mais promissora do grupo Cemig, que começaríamos como leituristas e poderíamos atuar em 92 áreas diferentes na Cemig. Estamos agora reivindicando apenas nosso emprego de volta, já que nosso cargo está sendo terceirizado e não extinto”, conta o trabalhador demitido há um mês.

Para Jairo a Companhia deve explicações sobre a Cemig S. “Quanto custou o projeto de criação da empresa? Por que a Cemig está entregando tudo para as empreiteiras? Este é o processo de criação de emprego de qualidade do governo de Minas? Fomos enganados pela Cemig e pelo governo”, denunciou.

Mobilização continua

Marcelo Alkmin disse que a Cemig só interrompeu as demissões para a audiência e que as dispensas serão retomadas. Mas os planos da empresa terão que mudar já que a presidente da comissão, deputada Rosângela Reis (PV), encerrou a reunião anunciando requerimento que solicita a suspensão das demissões na Cemig S. O documento, que dever ser votado esta semana, solicita que as informações da audiência sejam enviadas ao Ministério Público do Trabalho e que o MPT faça intervenção para que a Cemig busque outras áreas de produção para os trabalhadores e invista em treinamentos para eletricitários concursados como leituristas.

A intervenção da ALMG deve fortalecer os trabalhos do MPT, que desde maio atua no inquérito civil público que apura a desativação da Cemig S e as demissões, baseado em denúncia do Sindieletro.

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