Nós, mais de 1.500 participantes no VI Encontro de Movimentos Sociais, de 143 municípios de Minas, de mais de cem entidades, reunidos na Praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, refletimos sobre nossa caminhada e construímos compromissos de luta.
São várias as conquistas desde o primeiro encontro de movimentos sociais em 2006. Construímos unidade entre as organizações sociais e fortalecemos um campo de luta no estado. Essa caminhada e a unidade na greve dos professores em 2011 proporcionou a criação da articulação de movimentos sociais Quem Luta Educa, e a derrota política do projeto neoliberal em Minas.
O 6º Encontro dos Movimentos Sociais de Minas Gerais acontece em um momento delicado da vida política brasileira e mundial. A crise internacional iniciada em 2008 se estende e se aprofunda, chegando com mais força em países que, até então, tinham sido atingidos com menos força, como o Brasil. Governos progressistas da América Latina se tornam o alvo do imperialismo.
No Brasil, os primeiros meses de 2015 foram marcados pela reorganização das forças conservadoras, a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados, no Congresso mais conservador desde 1964, somado a iniciativas equivocadas do governo federal, a espetacularização da corrupção na Petrobrás com intenção de entregar a empresa pública e o pré-sal para o interesse econômico internacional. Em Minas, os primeiros meses foram marcados pelo desafio próprios do inicio de um governo eleito com a ajuda do campo democrático popular no Estado de Minas deram.
Os movimentos sociais em Minas entenderam a importância do momento e foram à luta. Trabalhadoras e trabalhadores da Educação e da saúde definiram greve para garantir o cumprimento das promessas de campanha do governo estadual. Nos dias treze de março, sete de abril, quinze de abril e 1º de maio, Belo Horizonte assistiu os movimentos sociais colorirem as ruas com suas pautas.
A defesa da democracia contra qualquer tipo de golpe; a defesa da Petrobrás e do pré-sal; a luta por plebiscito oficial que convoque uma constituinte exclusiva e soberana para fazer a mudança do sistema político; a luta pela democratização das comunicações; a luta pela reforma urbana e agrária; o combate ao racismo; o combate ao machismo; a luta contra as discriminações relativas à orientação sexual; a luta contra o massacre da juventude negra, e outras, foram levadas para as ruas em belíssimos atos, com muita participação popular.
Eduardo Cunha acelerou a tramitação da Lei da Terceirização na Câmara e mandou a polícia espancar trabalhadores e trabalhadoras que protestavam contra o PL 4330. Isso acirrou os ânimos da classe trabalhadora, o movimento sindical foi para os locais de trabalho, para redes sociais e para as ruas esclarecer à população sobre os riscos da aprovação desse Projeto de Lei. A população entendeu o golpe e passou a pressionar os deputados que votaram a favor do projeto e contra a classe trabalhadora. Alguns deles recuaram e mudaram o voto, ainda assim o PL foi aprovado e agora será discutido no Senado. A luta contra a terceirização continua e está sendo construída a greve geral para o dia 29 de Maio.
O 6º Encontro foi um momento importantíssimo porque os movimentos sociais fizeram luta, refletiram sobre o cenário político, econômico e social, praticaram a solidariedade nos dias de convivência e curtiram os momentos de lazer com diversas atividades culturais. Em oficinas, trabalho de grupo, e plenárias, construímos compromissos organizativos, de formação e lutas. Enfim, nos preparamos e acumulamos força para continuar lutando por um projeto popular para Minas e o Brasil.
A nossa luta no próximo período será:
◦ Contra a Lei da Terceirização;
◦ Contra a redução da maioridade penal; Contra o genocídio da juventude negra;
◦ Contra o ajuste fiscal e as MP’s 664 e 665;
◦ Em defesa do pré-sal e da Petrobrás;
◦ Pelo plebiscito oficial que convoque uma Constituinte exclusiva e soberana para realizar a reforma política;
◦ Pela democratização das comunicações, inclusive cobrando do governo de Minas mais diversidade, pluralidade e apoio na construção de uma comunicação que fale a nossa linguagem;
◦ Pela reforma agrária; Pela agroecologia;
◦ Pela reforma urbana; Por mais moradia;
◦ Por mais mobilidade urbana;
◦ Pelo fim do financiamento empresarial de campanha;
◦ Mais recursos para a educação, garantindo a reestruturação da carreira dos/as trabalhadores e trabalhadoras da e educação e o pagamento do piso salarial nacional;
◦ Mais recursos para a saúde;
◦ Pela desmilitarização da polícia militar;
◦ Contra o machismo; Pelo fim da violência contra as mulheres; Pela igualdade salarial entre homens e mulheres;
◦ Contra a discriminação racial;
◦ Contra a corrupção;
◦ Pela reforma tributária e a taxação de grandes forturnas; Contra a sonegação de impostos;
◦ Contra os minerodutos;
◦ Pela redução das tarifas de água e de energia e a construção do projeto energético popular;
Agenda de lutas:
– 12 e 13 de Maio – Encontro nacional da Constituinte em Brasília
– 29 de maio – Greve Geral
– 1 a 7 de setembro – semana de mobilização pela constituinte
– 7 de setembro – Grito dos excluídos