Nem é preciso dizer que nenhuma das ações tomadas pela gestão da Cemig nos últimos anos é aleatória: pelo contrário, nasce da intenção escancarada do governo estadual de entregar a empresa ao mercado. Enquanto não consegue privatizar a estatal, por conta dos entraves que criamos com luta (como a necessidade de um referendo popular e a aprovação de 3/5 da ALMG), o governador Romeu Zema segue propondo medidas para diminuir custos operacionais da empresa como um todo.
Vemos exemplos disso no último Acordo Coletivo de Trabalho, na última negociação de Participação nos Lucros e Resultados, em ataques aos Planos A e B da Forluz e, agora, mais incisivamente, na Cemig Saúde. Já são várias as medidas internas implantadas para diminuir os custos com benefícios dos trabalhadores.
A política privatista de Zema atua em diversas frentes; o esvaziamento dos gestores, por exemplo, é notório: a gestão vem sendo descaracterizada ao excluir mineiros e trazer indicados do Partido Novo de São Paulo.
Desde a posse do primeiro presidente indicado por Romeu Zema, Cledorvino Belini, as palavras de ordem são cortes, acionistas e privatização. A tendência continua com o presidente atual, Reynaldo Passanezi. O objetivo é claro: tornar a empresa mais atrativa para um eventual comprador. Mesmo em detrimento do bem-estar, da saúde (principalmente no período mais crítico da pandemia) e segurança dos seus trabalhadores, Zema está obstinado em cumprir sua promessa.
“Nós temos um plano mutualista, que tem a característica do subsídio cruzado, onde as pessoas se unem para manter a saúde coletiva. De repente, somos convocados a sermos enviados para um sistema que visa o lucro a partir da saúde. É isso que a Cemig nos propõe: a lógica da privatização”, salienta Emerson Andrada, diretor do Sindieletro.