Decisão sobre usinas está nas mãos de Carmen Lucia

Fica usina

Em ofensiva final para manter quatro usinas que a União quer leiloar, a Cemig apostou todas as suas fichas no STF, especialmente na presidente da corte, Cármen Lúcia. No dia 13, a empresa entrou com recurso para impedir liminarmente a venda das usinas enquanto não é julgada a sua ação contra a União. Já na última terça (18), pediu ajuda para negociar com a União uma proposta levada pessoalmente à corte pelo presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga, e pelo advogado geral do Estado, Onofre Batista. Agora, está nas mãos da magistrada mineira a decisão de evitar o golpe na energética do Estado. O edital já deve sair no dia 27 e o leilão em setembro.

Desastre à vista

A perda das usinas provocará redução de uns 40% na geração de energia da Cemig. Também deve acarretar prejuízos ao consumidor, com alta de R$ 140 no megawatt. Mas, o dano maior pode ser o agravamento do processo de esvaziamento poder econômico de Minas. Se leiloadas, as usinas não vão embora do Estado. Mas as decisões sobre elas, sim.

Viva Itamar

A Cemig deixou para fazer a movimentação no STF às vésperas do recesso. Com isso depositou sua causa no colo de Cármen Lúcia, que faz o plantão judicial até 31. Fora do recesso, o pedido de liminar iria para Dias Toffoli, relator da ação original. O foco em Cármen Lúcia se deve à expectativa de que ela se sensibilize pela causa por ser mineira e também por sua ligação com Itamar Franco. A grande aposta da Cemig e do governo mineiro é que a ministra se lembre das lutas homéricas de Itamar em defesa da energética. E resolva homenageá-lo com um gesto de Fica Usina.

Fonte: Coluna de Raquel Farias- Jornal O Tempo