Enquanto a Cemig deixa de investir no quadro próprio e na manutenção da rede, a imprensa nacional repercutiu recentemente a multa de R$ 12,495 milhões que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aplicou na Cemig Distribuição.
A medida veio após investigação de suspeita de manipulação em indicadores de qualidade do serviço apresentados pela unidade da estatal mineira referentes a 2016.
Além da multa, o auto de infração divulgado no site da Aneel determina a instauração de processo administrativo contra a Cemig Distribuição para o recálculo dos indicadores. A em- presa tem prazo de 30 dias após a decisão em última instância para o cumprimento da penalidade.
O fato grave, que reflete a gestão equivocada que o Sindieletro vem denunciando, levou a direção da es tatal a se pronunciar para o mercado no último dia 3. No comunicado, o diretor de Finanças e Relações com Investidores, Maurício Fernandes Leonardo Júnior, informa que a empresa “entrará com recurso através da via administrativa, a partir do entendimento que calcula de forma adequada os indicadores DEC e FEC”.
Na avaliação do Sindieletro, a multa aplicada pela Aneel reforça suspeitas de que, com a redução do quadro próprio e a terceirização ilimitada, a gestão da Cemig está visivelmente perden do o controle sobre os processos de trabalho.
Há informações de que a empresa vem diminuindo o tempo de espera pelo restabelecimento da energia (DEC), mas, provavelmente não cumprirá o DEC estipulado pela Aneel para 2018.
Cemig foi procurada, mas não respondeu
Questionamos sobre o cumprimento do DEC e reivindicamos a apresentação das medidas que a empresa está adotando para melhorar os indicadores de qualidade. Mas até o fechamento desta edição, a Cemig não se posicionou. Aguardamos respostas sobre o assunto, que é de extrema importância para trabalhadores e consumidores.
Uma coisa é certa: a precarização da mão de obra da Cemig continua saindo caro para consumidores, trabalhadores e para a própria empresa.