Celebrado na sexta-feira (9), o Dia da Luta Operária vai homenagear personagens do passado recente do país e alguns que estão na linha de frente, hoje, no combate à pandemia de covid-19. É a quinta edição do evento, que se contrapõe ao calendário oficial. Em 2019, o ato ainda foi realizado de forma totalmente presencial, em uma antiga fábrica na região do Brás, bairro operário paulistano. Mas no ano passado já o Dia de Luta Operária ocorreu de forma remota.
Desta vez, serão cinco homenageados. A começar pela professora Lenina Pomeranz, primeira mulher a ocupar a direção técnica do Dieese. Além dela, o dirigente Hugo Perez, da Federação dos Urbanitários de São Paulo, um dos líderes da 1ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, a Conclat, de 1981. E ainda José Campos (Zequinha) Barreto – metalúrgico de Osasco, na Grande São Paulo. Zequinha foi preso durante a greve de 1968 e morto pela ditadura três anos depois, no sertão da Bahia, ao lado de Carlos Lamarca.
Enfrentamento da pandemia
Assim, a relação se completa com a enfermeira Lourdes Estevão, diretora do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo, e com o médico pneumologista Ubiratan de Paula Santos, do Ambulatório de Doenças Respiratórias Ocupacionais do Incor. Segundo os organizadores, os dois “serão homenageados, em nome de todos profissionais de saúde, pelo importante trabalho que esta categoria vem fazendo no enfrentamento da pandemia”.
Lenina e Hugo receberão o troféu José Martinez. O nome faz referência a um sapateiro assassinado durante a greve geral de 1917 em São Paulo. Já Zequinha Barreto receberá homenagem póstuma pela atuação no movimento operário e em memória de seu assassinato por agentes do Estado brasileiro, há 50 anos.
Dia de Luta Operária, presencial com transmissão
Neste ano, o evento terá formato presencial e virtual, marcado para as 18h na Quadra dos Bancários de São Paulo, na região central da cidade. Haverá número restrito de pessoa e transmissão ao vivo pelo Facebook e pelo YouTube. Também haverá apresentação do Coro Luther King, regido por Sira Milani. No ano passado, o coro perdeu o maestro Martinho Lutero.
Inscrita no calendário paulistano, a data foi instituída em lei (16.634) em 2017, por meio de projeto do vereador Antonio Donato (PT), em celebração pelos 100 anos da greve geral ocorrida em São Paulo. O evento é realizado em parceria com as centrais sindicais. Além dessas entidades, participam o Centro de Memória Sindical, o Instituto Astrogildo Pereira, o IIEP (Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas) e a Oboré Projetos Especiais.
Fonte:Rede Brasil Atual