A CUT Minas publicou a seguinte nota:
A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e sindicatos CUTistas repudiam as iniciativas dos governos municipal e estadual que visam a flexibilização do isolamento social. No momento em que a Pandemia da Covid-19 se aproxima do pico, ou está perto de atingir o maior número de brasileiras e brasileiros, de qualquer idade e qualquer classe social, estamos diante de uma iminente ameaça a muitas vidas em Minas Gerais e em Belo Horizonte.
O governador Romeu Zema, contumaz defensor das políticas genocidas de Jair Bolsonaro, lançou o programa Minas Consciente, em que propôs, como vinha fazendo desde o início do isolamento social, a flexibilização do funcionamento dos estabelecimentos comerciais e de outras atividades econômicas. O projeto, que felizmente teve pequena adesão, exporia ainda mais trabalhadoras, trabalhadores e toda a população ao novo coronavírus, viabilizando aglomerações que são condenadas, na atual condição, por infectologistas e a Organização Mundial de Saúde.
Não se poderia esperar nada melhor de quem, como Zema, incentivou e apoiou carreatas em Belo Horizonte e em cidades do interior, para pressionar a reabertura do comércio e de outras atividades, enquanto não adotou qualquer medida de proteção da população. Ao contrário, segue sem pagar em dia os salários de servidoras e servidores, sejam eles dos serviços públicos considerados essenciais ou de outros. E, mesmo assim, vem sendo ovacionado pela mídia como quem adotou medidas para o aparente controle dos índices de contaminações no Estado, quando, na verdade, têm sido alguns prefeitos, com suas atitudes, os responsáveis por isso.
Mas, Belo Horizonte, uma das capitais mais elogiadas no controle da Pandemia, está na iminência de se tornar um foco substancial da Covid-19, a partir de segunda-feira (25/05). O início da flexibilização, anunciado na sexta-feira (22), é mais do que preocupante para a classe trabalhadora e para toda a população. Como dissemos no início da nota, há a previsão de que o pico da contaminação acontecerá no início de junho. Ou seja, o número de casos comprovados e de mortes tende a crescer e, de forma alguma, há qualquer justificativa para expor ao risco pessoas que têm aderido de forma exemplar ao isolamento social. E, mesmo com algumas restrições – ações judiciais foram necessárias para que o prefeito Alexandre Kalil distribuísse equipamentos de proteção individuais adequados, entre outras medidas -, a PBH estava atuando para minimizar os impactos do Coronavírus.
A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) repudia, portanto, essas iniciativas de flexibilização do isolamento social, ações que não passam de concessões ao poder econômico, que visa apenas o lucro. Salvar vidas é mais importante! É preciso garantir empregos e renda para a população neste momento tão difícil, mas, acima de tudo é preciso pensar na saúde da classe trabalhadora de todo o Estado de Minas Gerais.