Crise?



Crise?

Os pessimistas sobre a capacidade de a economia brasileira enfrentar e vencer a crise internacional têm de refazer suas contas. Mais uma vez. Contra a unanimidade de críticos plantados na mídia familiar e tradicional, o Brasil real mostrou em números o que se pode constatar, a olho nu, no dia a dia das cidades: o mercado de trabalho vive um momento de aquecimento. E, com ele, cresce a atividade industrial e comercial, estão mantidos os investimentos e o PIB já apresenta números positivos. Na primeira safra de indicadores, todos os resultados, sem exceção, pegaram os pregadores do catastrofismo na contra-mão dos fatos.

Segundo as medições realizadas pelo banco Itaú, uma das instituições de proa na oposição à política econômica do governo, a atividade da indústria de transformação cresceu 3,1% em janeiro deste ano sobre dezembro do ano passado. O comércio varejista, em toada semelhante, verificou aumento de 2,1% no mesmo período.

Um dos medidores de Produto Interno Bruto mais respeitados pelo mercado, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) projetou uma expansão de 1,26% em janeiro sobre dezembro. A ser divulgado esta semana, a marca oficial do IBGE, acredita-se, ficará bem próxima desse resultado. Com isso, quem apostou numa queda sobre o último mês de 2013 mostrou falta de sintonia com os fatos.

Mas o que marcou mesmo a primeira safra de resultados de 2014 foi o indicador de criação de empregos, divulgado hoje pelo Ministério do Trabalho. O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apresentou saldo de 260,1 mil novos empregos, um crescimento de 111% sobre janeiro do ano passado. Nem mesmo os chamados otimistas em relação ao quadro econômico do País ousaram fazer uma previsão tão alvissareira.

Os negativistas, por outro lado, perderam em todas as frentes. Comentaristas com espaço garatindo em colunas e nas entrevistas para o noticiário do dia a dia apostavam num recuo completo da economia, com queda no PIB, na atividade dos setores primário e terciário e, por consequência, na geração de empregos. Igualmente, vaticinaram que os investimentos estrangeiros iriam escassear de imediato, em razão de medidas do Federal Reserve. Não foi o que aconteceu.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou em palestras para empresários e investidores em seminário promovido pelo banco americano Goldman Sachs que, em fevereiro, o fluxo de investimentos estrangeiros no Brasil ficou positivo em US$ 9,2 bilhões. Durante o período em que esse indicador se formou, o que se lia nos jornais de maior circulação do País era que os investidores estavam fugindo do País para muito longe. Como se viu na matemática real, isso não aconteceu.

Cercada por análises com prognósticos recheados de interesses eleitorais, a presidente Dilma Rousseff tem agora números à mão para calar seus críticos. Na guerra ideológica em torno dos números, ela acaba de encontrar armas de grosso calibre para defender sua política econômica.

Notícia da Agência Reuters a respeito:

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou expansão de 1,26% em janeiro sobre o mês anterior, acima do esperado e indicando que a economia brasileira iniciou 2014 em recuperação, mas ainda insuficiente para compensar a retração vista em dezembro.

Atividade econômica do País cresceu 1,26% em janeiro na comparação com dezembro

O indicador, considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB) e divulgado nesta sexta-feira (14), mostrou aceleração da atividade, mas não com força suficiente para anular a queda de 1,40% de dezembro sobre novembro em dados dessazonalizados revisados pelo BC. Anteriormente havia sido divulgado um recuo de 1,35% naquele mês.

Ainda assim, o resultado mensal de janeiro foi o melhor desde dezembro de 2009, quando também avançou 1,26%, e ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters, cuja mediana de 26 projeções apontava alta de 0,70%.

Na comparação com janeiro de 2013, o IBC-Br - que incorpora estimativas para a atividade em serviços, indústria e agropecuária - avançou 1,01% e acumula em 12 meses alta de 2,47%, ainda segundo dados dessazonalizados.

A expansão em janeiro decorre de dados melhores do que o esperado tanto da indústria quanto do varejo, apontando para um certo fôlego no início deste ano, mas ainda encarado com cautela pelos agentes econômicos.

Enquanto a produção industrial avançou 2,9% no primeiro mês do ano sobre o anterior, as vendas varejistas subiram 0,4% no período.

E mais: PIB brasileiro é o 3º maior e supera países ricos.

A economia brasileira surpreendeu no quarto trimestre de 2013 com crescimento de 0,7% na comparação com os três meses anteriores, garantindo avanço em todo o ano passado de 2,3%.

Ainda assim, agentes econômicos veem que a economia vai desacelerar neste ano, e a pesquisa Focus do BC mostra que a expectativa é de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,68%.

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