Plenária realizada no Sindieletro reuniu representantes dos movimentos social e sindical de Minas e definiu plano de lutas contra a venda das hidrelétricas
O Sindieletro sediou no sábado, 8, a Plenária da Plataforma Operária e Camponesa de Energia. O evento definiu ações de mobilização para impedir a realização do leilão de quatro usinas da Cemig, anunciado pelo governo federal para acontecer até o dia 30 de setembro deste ano. Temer pretende vender as hidrelétricas de Volta Grande, Miranda, Jaguara e São Simão.
Juntas, elas representam 50% da capacidade de geração de energia elétrica da Cemig. Para o Sindicato, antes de tudo é preciso cancelar o leilão, considerado ilegal por muitos especialistas, já que as usinas continuam sob disputa judicial. E é imprescindível garantir a renovação da concessão das usinas sob controle integral da Cemig GT.
“O que não aceitamos é que a Cemig opte pela alternativa representada pela Lei 13.360/2016, onde a estatal mineira ficaria com 49% das ações, deixando o bloco de controle para um parceiro privado”, afirma Jefferson Silva, coordenador Geral do Sindieletro.
“Na prática, isso é privatização. E privatizar, já deixamos claro, não é opção para os trabalhadores e para a sociedade.”
No evento, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) apresentou uma proposta ousada: manter as usinas sob controle da Cemig, mas garantindo a criação de um Fundo Popular para investimento em saúde, educação, apoio aos atingidos por barragens, agricultura familiar e camponesa. A estimativa, segundo projeções do MAB, seria de uma arrecadação anual de cerca de R$ 2 bilhões.
A Plenária também definiu núcleos regionais de mobilização no Estado. Foi lançado um abaixo-assinado e serão realizados encontros e seminários para mobilizar a população. Estiveram representados na Plenária a CUT Minas, SindUTE, CUT, Sindipetro-MG, Dieese, Consulta Popular, MST e Sindágua.