CPI intima um diretor, um gerente e uma advogada



CPI intima um diretor, um gerente e uma advogada

Assista à reunião da CPI da Cemig realizada no dia 09, segunda-feira. CLIQUE AQUI

 

CPI da Cemig vai investigar contratação, sem licitação, de empresas headhunter

Deputados aprovaram a intimação de três funcionários do setor de RH da estatal mineira na condição de investigados

Por Pedro Augusto Figueiredo

A CPI da Cemig deu mais um passo nesa segunda-feira (9) para investigar a contratação sem licitação, por parte da Cemig, de empresas especializadas em recrutar talentos no mercado de trabalho, atividade que também é conhecida como headhunting.

Os deputados aprovaram por unanimidade a intimação, na condição de investigados, de três funcionários da estatal mineira de energia: a advogada da Cemig, Cláudia Campos Faria, o gerente de provimento e desenvolvimento pessoal da empresa, Rômulo Provetti, e o diretor adjunto de gestão de pessoas, Hudson Félix de Almeida. 

O objetivo é que eles prestem esclarecimentos sobre a contratação das empresas de recrutamento. Os depoimentos ainda não têm data marcada. Os requerimentos foram apresentados pelos deputados Professor Cleiton, Sávio Souza Cruz (PMDB) e Beatriz Cerqueira (PT).

Uma das bandeiras do partido Novo e da gestão do governador Romeu Zema (Novo) é a realização de processos seletivos para preencher os cargos de alto escalão do governo. 

O atual presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, foi escolhido para o posto no início de 2020 após um processo de seleção feito por uma empresa de headhunters, a Exec, que foi contratada com inexigibilidade de licitação.

Segundo o vice-presidente da CPI, Professor Cleiton (PSB), este tipo de contratação só pode ocorrer quando se tratam de serviços técnicos especializados em que haja impossibilidade de competição entre as empresas, notória especialização da contratada e compatibilidade com o preço de mercado.

“A Cemig, na lógica de dar uma resposta de que utiliza de um critério impessoal para seleção de seus executivos, contratou pelo menos três empresas de headhunters para recrutamento externo. Se existem vários potenciais prestadores do mesmo serviço a regra é que seja feita a licitação”, explicou.

Outro ponto apontado pelo deputado é que a empresa responsável pela seleção do presidente da Cemig só foi formalmente contratada após o término do serviço.

“A EXEC foi contratada para selecionar o atual Presidente, Sr. Reynaldo. Todavia, o processo de contratação e o contrato foram formalizados pelo próprio Reynaldo, ou seja, primeiro a EXEC o recrutou no mercado e depois Reynaldo contratou a EXEC”, disse o deputado Professor Cleiton (PSB).

O deputado Zé Guilherme (PP), integrante da base do governo de Romeu Zema (Novo), encarou a aprovação dos requerimentos com tranquilidade. “A CPI é para isso: tirarmos qualquer dúvida sobre o assunto. Sem problema algum”, disse.

Outro requerimento aprovado pelos deputados, também por unanimidade, solicita a ajuda do Tribunal de Contas do Estado (TCE) na análise da legalidade e da economicidade das contratações realizadas pela Cemig.

Procurada, a Exec informou por meio da assessoria de imprensa que não vai se pronunciar sobre o tema.

Confira o posicionamento da Cemig na íntegra:

"A Cemig esclarece que todas as contratações feitas pela Companhia seguem rigorosamente o previsto pela legislação. Todos os procedimentos adotados pela atual administração visam preservar não apenas o patrimônio da Cemig, mas também assegurar a constante melhoria da oferta de serviços de energia elétrica com qualidade e segurança aos seus clientes. Essa melhoria passa, inclusive, pelo maior conjunto de investimentos da história da companhia: serão R$ 22,5 bilhões investidos até 2025, com foco em Minas Gerais.

A Cemig reafirma seu compromisso com as melhores práticas de governança e compliance. As decisões de gestão da Companhia estão abertas ao escrutínio do Legislativo, assim como a toda a sociedade mineira. As informações necessárias ao pleno entendimento das decisões da Cemig que visem dirimir quaisquer dúvidas quanto aos procedimentos adotados serão disponibilizadas para que os mineiros sigam tendo orgulho da Cemig."

Fonte: O Tempo

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