Em greve desde o dia 16 de março, os trabalhadores em educação de Belo Horizonte realizaram na manhã da sexta-feira (25) uma manifestação pacífica em frente à Prefeitura Municipal.
Durante o protesto, que reivindicava o cumprimento da Lei do Piso Nacional e a preservação da carreira da educação, os manifestantes foram surpreendidos com agressões advindas da Guarda Civil Municipal da capital mineira.
Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sindrede/BH) repudiou as agressões. “A tropa de choque da Guarda Municipal iniciou uma série de repressões contra os professores com bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e cassetete. Agrediram brutalmente vários professores com cassetete e bombas”, afirma o documento.
Os professores feridos foram encaminhados ao Hospital João XXIII, sendo que um precisou ser internado devido a ferimentos na cabeça.
Em áudio divulgado à imprensa, a vereadora de BH Iza Lourença (Psol), que acompanhou o atendimento do professor, afirmou que, após receber alta, ele foi conduzido pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e teve a família e amigos impedidos de ter notícias sobre seu estado de saúde.
A vereadora destacou ainda que os familiares e colegas de profissão que estavam em frente ao Hospital também foram agredidos. “Nesse momento o professor está de posse dos policiais e nós estamos do lado de fora tentando ter notíciais”, completou.
Categoria realiza assembleia e mantém greve
Logo após a confusão, às 14 horas, a categoria realizou uma nova assembleia para debater os rumos da greve. “A categoria compareceu em peso, após o ocorrido da manhã. Votamos pela continuidade do movimento grevista e teremos uma nova assembleia na próxima terça-feira (29)”, informou ao Brasil de Fato MG, Cláudia Lopes da Costa, diretora do Sind-Rede/BH.
Professores criticam gestão da educação
Cláudia reforça que além da pauta do reajuste, a categoria também está em greve devido a má gestão da educação no município. “São questões que vem precarizando a educação. Deveríamos estar atuando junto aos alunos por uma recuperação pedagógica e a prefeitura pintou as escolas, trabalhou no externo, mas não fez nenhum investimento para que a recuperação aconteça”.
Ela reforça ainda que diversas escolas do município estão com falta de professores.
Dificuldade no diálogo
Ainda que tenham existido reuniões de negociação, o Sind-Rede afirma que não foi apresentada pela PBH nenhuma proposta de mediação que contemple as necessidades da categoria.
O outro lado
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Belo Horizonte para comentar o caso. Até o fechamento do texto, não houve resposta.
Fonte: Brasil de Fato (MG), por Ana Carolina Vasconcelos