Conforme trabalhadores ouvidos pelo Sindieletro, em alguns setores a redução chegou à metade das equipes, mas, em outras, o sobreaviso foi praticamente extinto.
Na área de TI, a Cemig cortou geral o orçamento para os sobreavisos. O setor é responsável por toda a área de Telecomunicação e Informática da empresa em todo o Estado, incluindo sistemas imprescindíveis para o bom funcionamento dos serviços e a segurança dos trabalhadores, da população e até dos equipamentos da rede elétrica.
Um exemplo: a Cemig usa o sistema operacional Linux. Nele, estão hospedados, entre outras aplicações, o site do Sistema GDis, sistema responsável pelo despacho das equipes para atendimento às solicitações e/ou reclamações dos consumidores no campo, execução de manobras na rede elétrica e quaisquer atividades que exijam a presença de uma equipe de eletricistas.
Nada é tão ruim que não possa piorar...
Na Região Metropolitana de BH houve corte na área operacional e os eletricitários já sentem a sobrecarga. Eles estão cobrindo áreas maiores, em cidades distantes a mais de 100 km. Já na área da SA/SE (manutenção de subestações),no Vale do Aço, o corte de sobreavisos também foi drástico e a situação já é insustentável.
Antes do corte,um técnico ficava no Pronto Atendimento de Manutenção (PAM), outro na PC&A. Também havia um trabalhador na TM. A partir de meados de março, a SA/SE cortou o sobreaviso das equipes PC&A e TM e, desde então, só fica um técnico do PAM para cada duas áreas.
Já na região Leste, há oito áreas atendidas por equipes do PAM, mas só quatro estão ficando de sobreaviso nos finais de semana e feriados. Mas os trabalhadores sofrem com a sobrecarga e mais risco de acidente, pois o técnico do PAM de Ipatinga tem que atender Ipatinga e Caratinga, o técnico de Valadares tem que atender Valadares e Teófilo Otoni e assim por diante. Geralmente, os técnicos não conhecem a área de atuação do outro PAM que terão que atender.