Corte no sobreaviso gera mais riscos de acidentes e apagão



Corte no sobreaviso gera mais riscos de acidentes e apagão

Com lucro líquido de R$ 2,5 bilhões em 2015, a Cemig continua a realizar, ao longo deste ano, uma série de redução de custos que coloca em xeque a segurança dos eletricitários e da população, além de promover mais baixa na qualidade dos serviços.

O Sindieletro apurou que, em diversas áreas, o orçamento da empresa para os sobreavisos a partir de 2016 é zero. Os trabalhadores já estão sentindo o drama: cortes de 50% e até 100% em sobreavisos de eletricitários das áreas meio e áreas fim.

Desumano

Conforme trabalhadores ouvidos pelo Sindieletro, em alguns setores operacionais, a redução chegou à metade das equipes, mas em outras o sobreaviso foi praticamente extinto.

Para quem continua sendo convocado, a sobrecarga de trabalho ficou maior. Na Região Metropolitana de BH, por exemplo, há casos de trabalhadores que são obrigados a atender mais cidades, chegando a viajar até 150 quilômetros. Um eletricista conta que “há mais sobrecarga e quando chove a situação é desumana”.

Risco de apagão no sistema

Na área de TI, a Cemig cortou geral o orçamento para os sobreavisos. O setor é responsável por toda a área de Telecomunicação e Informática da empresa em todo o Estado, incluindo sistemas imprescindíveis para o bom funcionamento dos serviços e a segurança dos trabalhadores, da população e até dos equipamentos da rede elétrica.

Um exemplo: a Cemig usa o sistema operacional Linux. Nele estão hospedados, entre outras aplicações, o site do Sistema GDis, sistema responsável pelo despacho das equipes para atendimento às solicitações e/ou reclamações dos consumidores no campo, execução de manobras na rede elétrica e quaisquer atividades que demandem a presença de uma equipe de eletricistas.

Da forma como está, se houver alguma falha no Linux fora do horário comercial, o sistema GDis poderá ficar inacessível para o COD, CAC e empreiteiras, impedindo o envio dos serviços e a troca de mensagens com o campo. Essa falta de comunicação, além de gerar prejuízos financeiros para a empresa, representa custos maiores que os valores pagos aos sobreavisados. Podem, ainda, gerar sérios problemas no campo, colocando em risco a integridade física dos trabalhadores e da população em geral.

Por todos esses motivos, o sobreaviso é essencial para o bom funcionamento do sistema e segurança, além de garantir que as perdas financeiras sejam minimizadas, quando houver problemas. Por isso, o sobreaviso não poderia ser negligenciado pela Cemig.

RH/RT

Procuramos a Gerência de Relações Sindicais e de Trabalho (RH/RT), por telefone e por e-mail, para cobrar um posicionamento da empresa, mas não houve resposta.

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