Através do informativo Linha Viva nº 164, a Cemig informou que foi surpreendida com a manifestação de leituristas demitidos da Sertrim Comércio e Serviços. A manifestação aconteceu na sexta-feira, dia 02. Segundo a Cemig, os manifestantes chegaram a fechar as portarias da Sede, constrangendo o acesso dos empregados e que a diretoria da empresa vai tomar as providências para que, “fatos como esses não se repitam”.
A Sertrim teve o contrato de serviços encerrado com a Cemig há mais de um mês, por conta de irregularidades. Um grupo de quase 400 funcionários foi demitido, mas não recebeu o acerto da rescisão. Isso, há semanas.
O que a Cemig se esqueceu é que os leituristas demitidos protestaram e cobraram dignidade e o direito justo de receberem o acerto rescisório da demissão, pois todos eles cumpriram sua parte no contrato, trabalhando para garantir a leitura de contas de luz e, agora, recebem em troca um baita calote. O direito nem deveria ser negociado, deveria, sim, ser pago prontamente.
Se a empreiteira fugiu à responsabilidade legal de pagar o direito dos trabalhadores, a Cemig, como corresponsável pelo contrato de serviços de leitura, tem a obrigação de garantir o acerto. É um absurdo que a maior empresa pública do Estado seja corresponsável pelo calote aos leituristas.
Outro absurdo é culpar os vinte trabalhadores, que segundo o próprio informativo, recorreram ao legítimo direito de protestar na sede da empresa corresponsável pelo calote. Lembramos que esses mesmos trabalhadores estiveram na sede da Sertrim na semana passada e não foram ouvidos.
Ser ou não ser?
A pergunta que paira no ar é: a diretoria da Cemig vai voltar ao passado e fechar novamente as portarias, ou vai cumprir suas promessas de diálogo permanente e de primarização das atividades-fim?