Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) têm prazo de 10 dias, a partir d do dia 26 de fevereiro para decidir se aceitam ou não a proposta feita em audiência conciliatória promovida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), na última quinta-feira (22), sobre o plano de saúde da categoria.
De acordo com a proposta relatada pelo ministro Aloysio Silva, a empresa arca com 75% do plano, os trabalhadores com 25%, e serão retirados pais e mães. O impacto será grande, visto que 80% dos trabalhadores dos Correios recebem cerca de R$ 2 mil de salário, segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba (Sintect-SP).
“Guilherme Campos (presidente da ECT) e o governo Temer querem acabar com o convênio médico e outros benefícios para baratear a mão de obra, aumentar os lucros e deixar a empresa pronta para a privatização”, afirma, em nota, o Sintect-SP. A representação sindical exige a manutenção do acordo coletivo que prevê a continuidade do convênio.
Agora, os sindicatos e as federações devem realizar assembleias para deliberar sobre o caso que será julgado em 12 de março novamente pelo TST. “Sempre houve processo de negociação em torno do plano e, muitas vezes, esquecem todo o histórico dos trabalhadores. Ao longo da nossa vida laboral, ajudamos a construir um benefício que é nosso maior bem”, afirmou o secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), José Rivaldo da Silva.
Também por meio de nota, a Fentect lamentou a ação da presidência da ECT na audiência de conciliação. “O presidente dos Correios, Guilherme Campos, mais uma vez, tentou iludir com o discurso de que o plano de saúde piora ainda mais a situação da empresa, representando 10% das despesas”, afirma. Da Silva diz ainda que “o custo percentual não aumentou. Há 10 anos, os Correios gastavam o mesmo com o plano de saúde”.
Para a Fentect, as mudanças visam fazer com que os trabalhadores “paguem as contas dos erros dessa gestão da empresa, que insiste em um déficit contraditório. Porém, os dados reais da situação, tanto dos Correios quanto da Postal Saúde, continuam inviáveis para a categoria. Já durante o trabalho da Comissão Paritária de Saúde, instituída em outubro de 2016, foram apresentadas propostas de melhorias para o plano, mas a estatal não deu encaminhamento a nenhuma delas, preferindo recorrer ao TST e colocar em prática a retirada de direitos”.
Fonte: Rede Brasil Atual