Diante da repercussão negativa entre os consumidores e eletricitários, e apesar da Cemig ter recuado na pressão para a transferência de trabalhadores, o projeto em pauta que a atual gestão da empresa e o governo do Estado executam é tornar a Cemig cada vez menor.
Centenas de localidades serão fechadas, a operação e os trabalhadores serão transferidos para cidades pólos e, com isso, a qualidade na prestação de serviços sofrerá queda; chamadas para manutenções corretivas vão demorar muito mais para serem feitas, e as manutenções preventivas que já eram deficitárias, definitivamente não existirão mais.
Perdem a economia dessas localidades, a sociedade e os trabalhadores. Quem sai ganhando, mais uma vez, são os acionistas e as empresas terceirizadas.
Audiência pública foi suspensa, mas a nossa luta não vai parar
A audiência pública que seria feita no dia 28 de março para discutir os prejuízos do fechamento das localidades foi suspensa pelo deputado Cristiano Silveira (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.
A estratégia do governo foi impedir o debate com a sociedade, que certamente seria contrária ao fechamento das localidades. O governo preferiu uma reunião entre os representantes da ALMG, Sindieletro e o presidente da empresa, Bernardo Salomão.
Mas, para a nossa surpresa, o presidente Bernardo Salomão não participou do encontro. Em seu lugar a Cemig designou para conversar com o Sindieletro, o diretor de Relações Institucionais e Comunicação, Thiago de Azevedo Camargo, o coordenador do Comitê de Negociações, Anderson Ferreira e o gerente do RH/RT, Brunno Vianna.
Na reunião deixamos clara a nossa insatisfação com a interferência do governo do Estado. Por isso não vamos baixar a guarda, vamos nos manter mobilizados, envolver toda a sociedade, parlamentares, movimentos sociais organizados, associações comunitárias, câmaras de vereadores, prefeituras e igrejas. Nossa luta é para impedir que a Cemig feche as localidades e piore ainda mais a qualidade dos serviços.