Depois da paralisação no Anel Rodoviário, os trabalhadores/as da Terceiriza Serviços, que prestam serviços na sede da Cemig, também cruzaram os braços na manhã da terça-feira (2), de 8h30 às 11h30.
O movimento contou com a adesão de aproximadamente 70% dos trabalhadores (as). Eles protestaram contra os descontos no vale refeição que foram reduzidos de 30 vales mensais para o numero relativo aos dias que serão trabalhados neste mês. Protestaram também contra a decisão arbitrária da Terceiriza de descontar horas de trabalho para quem se ausentar das atividades e apresentar um atestado de comparecimento médico (a empresa desconta do trabalhador quando ultrapassa três horas no mês). Ou seja, o trabalhador está sendo punido por precisar de ir ao médico.
Durante a mobilização, os trabalhadores realizaram três assembleias e decidiram permanecer parados até que viesse um representante da empreiteira para negociar com eles. A mobilização deu certo, pois vieram três representantes da Terceiriza, o gerente de RH, Onofre Marçal, o gerente operacional, Carlos Fernandes, e o auxiliar do Departamento de Pessoal da empreiteira, Wanderson Barbosa.
Os trabalhadores relataram para o gerente Onofre Marçal que a decisão de cortar os vales refeição dos dias de feriado e recesso na Cemig no mês de dezembro é injusta e arbitrária. Eles lembraram que os empregados da empreiteira, inclusive, estão trabalhando este mês meia hora a mais por dia para cobrir os dias do recesso.
Também disseram que o desconto nos salários das horas referentes aos atestados de comparecimento (que às vezes podem dar mais de um dia de trabalho) já havia sido proibido pela Cemig, através de uma negociação gerencial. “Como pode? Agora eles voltam com o desconto? É um absurdo!”, questiona o diretor do Sindieletro, Moisés Acorroni, que esteve na mobilização dando todo apoio aos trabalhadores e intercedendo para as negociações.
Onofre se comprometeu que as reivindicações dos trabalhadores serão levadas ao conhecimento do proprietário da Terceiriza, e defendeu os questionamentos da categoria. Ele afirmou ainda que as mudanças feitas foram negociadas com o técnico de gestão administrativa da Cemig, José Luciano de Melo Prado.
Coronel tenta intimidar trabalhadores
Mais uma vez os policiais arapongas que atuam na Cemig tentaram impedir que os trabalhadores exerçam seu direito de se manifestar contra a exploração e as injustiças. Durante a paralisação, o coronel Miguel Neto Armando tentou intimidar os trabalhadores que estavam parados no saguão do edifício Sede. Segundo o coronel, eles teriam que sair dali por determinação de um gerente. Mas os trabalhadores/as não se intimidaram e não arredaram o pé do saguão.
O Sindieletro lembra que todas as ações do movimento foram decididas em assembleias.
Para o Sindicato, é revoltante ver trabalhadores a serviço da Cemig serem explorados dessa forma e ainda serem intimidados por arapongas contratados. A entidade cobra da Cemig, como responsável e gestora do contrato, uma solução rápida e definitiva contra a exploração da mão de obra.
Os trabalhadores/as da Terceiriza decidiram também que se as suas reivindicações não forem atendidas até a próxima terça-feira entrarão novamente de greve.