Uma forte reação dos estudantes secundaristas contra a reforma do ensino médio e em oposição à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016, que congela por vinte anos os gastos na saúde e na educação, sacode as escolas do País. As medidas vêm sendo anunciadas com rapidez pelo governo de Michel Temer sem prévia discussão.
O movimento da ocupação nas escolas já chegou no Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Na quinta-feira (6), o maior colégio de ensino público paranaense, o Colégio Estadual do Paraná (CEP), foi ocupado por estudantes. Já são mais de 35 escolas mobilizadas na região metropolitana de Curitiba e no interior.
De acordo com a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES), 700 alunos estão no CEP. Há pais de alunos dentro da escola em forma de apoio aos protestos.
No Brasil todo, já são 50 escolas tomadas por secundaristas, segundo a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).
Os estudantes de Curitiba também criaram a página no Facebook “Ocupe Paraná” para mobilizar o Brasil contra mais um golpe do governo Temer. Nesta sexta-feira (07), grêmios estudantis de Brasília prometem ocupar as ruas contra o congelamento de gastos na educação e a reforma no ensino em frente ao Ministério da Educação.
Vários professores do CEP aderiram à mobilização, além do o vice-diretor, Eduardo Gonçalves, que afirmou apoiar a manifestação porque partiu dos próprios estudantes. Ele reiterou ainda que o movimento vem mantendo o diálogo com a direção da escola.
A Medida Provisória (MP) 746, que prevê a reforma do ensino médio, foi anunciada pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, no último dia 22. Elaborada às pressas e apresentada pela equipe de Michel Temer, ela muda a Lei de Diretrizes e Bases da Educação para instituir nas escolas de Ensino Médio em tempo integral a flexibilização curricular.
O assunto gerou polêmica quando o governo apontou que acabaria com a obrigatoriedade de disciplinas como sociologia, filosofia, educação física e artes. Por enquanto, essas disciplinas continuam nos currículos.
“Querem sonegar o conhecimento a nossa juventude. Mas nós não aceitaremos, vamos lutar bravamente por uma escola com a nossa cara”, disse Kessya, da Escola Estadual Milton Campos, em Belo Horizonte, Minas Gerais, à rede de Jornalistas Livres.
Para o estudante do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, Pedro Gorki, a importância de ocupar e mostrar resistência. “Aqui é nosso lugar, é onde estudamos, aprendendo, vivemos e compartilhamos o nosso conhecimento”.
Fonte: CUT