O Sindieletro é radicalmente contra qualquer tentativa de retirada de direitos da categoria. Sempre defenderemos o que foi conquistado com muita luta ao longo da história da Cemig. Na última semana, fomos surpreendidos com a notícia de que os conselheiros atuais poderão votar mudanças significativas no plano da Cemig Saúde. Novamente, sem consultarem os maiores interessados: os participantes.
A informação dá conta da criação de um grupo de trabalho composto por seis membros do Conselho Deliberativo atual, com representantes dos participantes e da patrocinadora, e três integrantes da equipe técnica da Cemig Saúde. O grupo deveria apresentar uma proposta de viabilidade de novos planos e produtos, alternativas de custeio e aplicações de reajuste até maio deste ano. O estudo, no entanto, propõe alterações significativas na estrutura do plano que podem resultar em perdas enormes.
Uma das mudanças seria a diminuição drástica do teto de reembolso do Programa de Garantias Especiais (PGE). Também foi proposta a possibilidade de inclusão de terceirizados no plano. Pelos números apresentados, há a expectativa de reajuste quinquenal de 26,5% no período de 2021 a 2025. A abrangência do plano seria contabilizada por grupo de municípios, e o custeio seria determinado por faixa etária e tipo de beneficiário.
Ou seja: Além de inviabilizar a participação de vários associados no plano, principalmente os mais velhos e aposentados, é criada uma segregação explícita baseada na condição financeira de cada um. Dessa forma, os ativos ou aposentados com maiores salários terão acesso a um plano de saúde com mais benefícios e cobertura mais abrangente. Basicamente, o estudo visa converter o plano de saúde que construímos a duras penas em mais um plano de mercado.
As mudanças seriam votadas em reunião extraordinária no dia 17 de junho. O Sindieletro não conta com representação do sindicato nos conselhos da Cemig Saúde, portanto, não temos acesso aos debates internos realizados entre os conselheiros. Isso traz limitações para tratar, junto à categoria, os temas necessários - principalmente os polêmicos, como os apresentados agora.
O que o Sindieletro está fazendo
Nosso compromisso é, e sempre foi tratar com transparência todas as questões relacionadas aos seus representados, seja na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho, na Cemig Saúde, na Forluz ou em qualquer outra luta que assumimos. Por isso, tomamos uma série de medidas após recebermos a denúncia.
Inicialmente, participamos de reunião virtual convocada por sindicatos que possuem representantes no Conselho da Cemig Saúde. Depois, participamos de reunião convocada por todos os sindicatos signatários do Acordo Coletivo Específico da Cemig Saúde. Buscamos diálogo, também, com os representantes do Conselho Deliberativo atual. Os relatos destes, no entanto, foram totalmente divergentes entre si.
Enquanto uns negam que haverá votação no dia 17 de junho e alegam que o resultado do estudo apenas foi apresentado para receber críticas e contribuições, outros afirmam que o trabalho é uma proposta a ser deliberada na data. Precisamos esclarecer o que está acontecendo realmente. Por isso, o Sindieletro está reivindicando explicações do presidente da Cemig Saúde, Anderson Ferreira. Também estamos tomando outras providências para impedir que essa votação ocorra.
Na avaliação da diretoria do Sindicato, as alterações precisam passar pelo crivo da categoria, pois interferem em cláusulas do ACE. Não levar as questões aos participantes é um desrespeito aos integrantes e às determinações legais. Sempre primamos por debater sobre toda alteração, e assim faremos na próxima semana, realizando setoriais online e uma live para conversarmos sobre o tema.
O Sindieletro repudia a maneira como a proposta foi colocada, gerando grande preocupação aos participantes no período final do mandato, em plena campanha eleitoral. Reafirmamos nosso compromisso junto aos ativos e aposentados: Buscaremos uma solução definitiva para o problema, defendendo sempre o nosso plano de saúde.