A maioria dos parlamentares mineiros que atuam no Congresso Nacional votaram a favor da retirada de direitos, nos projetos e medidas mais controversos aprovados no período de 2019 a 2022. É o que aponta o levantamento realizado pela Assessoria de Monitoramento dos Poderes Públicos do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC-MG (NESP).
O estudo levou em conta sete votações: a reforma da previdência, que entre outros retrocessos aumentou a idade de aposentadoria para homens e mulheres; o Projeto de Lei (PL) que facilitou o porte de arma, que potencializa o aumento dos conflitos e violência; o PL da Grilagem que legitima o roubo de terras públicas; o PL da autonomia do Banco Central, que desprotege os interesses da população frente ao setor financeiro; o PL de privatização da Eletrobrás; o PL do Veneno, que libera mais agrotóxicos no país e o PL dos precatórios que retira investimentos da educação e aumenta os gastos do governo federal em ano eleitoral.
Veja a lista dos deputados que votaram a favor dos setes projetos:
Alê Silva (Republicanos)
Cabo Junio Amaral (PL)
Delegado Marcelo Freitas (União)
Dr. Frederico (Patriota)
Eros Biondini (PL)
Franco Cartafina (PP)
Lincon Portela (PL)
Rodrigo de Castro (União)
Stefano Aguiar (PSD)
Diversos outros deputados da base governista também votaram a favor da maioria dos projetos, no entanto, por terem se ausentado em alguma das votações não se encontram na lista acima. Para conferir a lista completa basta acessar o estudo no link.
Chama atenção que figuras carimbadas da política mineira, que tentam seguir em cargos no Congresso neste ano, estão entre aqueles que mais votaram pela retirada de direitos da população.
Já Rogério Correia e Paulo Guedes, ambos do PT, em 100% das votações foram a favor dos direitos e proteção do povo. Os demais deputados do campo progressista, como Áurea Carolina (PSOL), Patrus Ananias e Padre João, ambos do PT, estiveram ausentes em algumas votações, mas em todas que participaram votaram pelo povo.
Na avaliação de Claudemir Francisco Alves, professor da PUC Minas e um dos coordenadores do levantamento, para mudar a realidade contraditória no legislativo federal é preciso que os mineiros se engajem mais na política, acompanhando cotidianamente os fatos. “A gente tem uma tendência a tratar a política como algo marginal, que se resolve a cada dois anos com o voto”, pontua. “Se as pessoas em geral não participam sempre haverá aqueles que querem participar, mas dentro dos seus próprios interesses. Quanto menos gente participa, menos representativa é a política”, completa Claudemir.
Para que neste pleito, os mineiros consigam eleger melhor seus representantes, o pesquisador dá algumas dicas. “A primeira coisa que o eleitor deve fazer é buscar informação, em órgãos sérios. Conhecer o plano de governo e o partido do candidato. O fato dele ser seu amigo, do seu bairro, seu conhecido, não significa que ele será um bom parlamentar. Esse não é um critério”, ressalta.
Fonte: Brasil de Fato MG, por Amélia Gomes