Confira como foi o primeiro dia do 3º Seminário dos Aposentados do Sindieletro em Mariana/MG



Confira como foi o primeiro dia do 3º Seminário dos Aposentados do Sindieletro em Mariana/MG

A abertura do 3º Seminário dos Aposentados do Sindieletro contou com a exposição do coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva; de Carlos Machado, economista do Dieese; e de Carlos Alberto – o Gonzaguinha –, secretário dos aposentados do Sindieletro. Em sua fala de abertura, Jefferson pontuou o forte elo dos aposentados com o sindicato:

“Esse é um momento importante de encontros e reencontros. Tivemos fases boas e difíceis que não podemos esquecer. Temos o compromisso latente do movimento sindical também com os aposentados, pois o mercado tem investido muito na tentativa de tirar o custo do pós-trabalho. É importante nos envolvermos nos debates, pois estamos num momento de retirada de direitos”, explicou, pontuando as lutas do Sindieletro nestes 65 anos:

“O sindicato tem que ir na Cemig negociar, se não houver negociação devemos realizar assembleias. O PLP 268 tira a paridade nos fundos de pensão e propicia um voto de minerva para alguém do mercado. Estamos lutando contra isso assim como nos manifestamos contra a tentativa de privatização em 97 – que rebatemos com a PEC 50. Também lutamos contra contra as investidas do Anastasia, em 2014, e conseguimos impedir. Nós temos força, mas para isso precisamos nos unir sempre”, finalizou, comemorando o crescimento do evento.

O mediador avisou que 263 pessoas estavam presentes. O gancho foi usado para que Gonzaguinha fizesse um paralelo entre as edições passadas do encontro. “No primeiro vieram 50 pessoas. Em 2015, cerca de 150. Hoje tivemos que realizar uma contenção por causa da estrutura. A procura foi enorme e ficamos muito felizes com isso. O Sindieletro tem mais associados aposentados do que ativos”, contou.

O secretário dos aposentados sugeriu gincanas e torneios entre as regionais para auxiliar na integração entre os aposentados. O Triângulo poderia competir num torneio de truco contra a Leste, por exemplo. Gonzaguinha também pontuou a necessidade de uma carta ser redigida em Mariana para o governo do Estado e para a direção da Cemig. “Esse documento deve ter três pontos principais: o repúdio dos trabalhadores aos desmandos no plano de saúde, no seguro de vida e na política da Forluz”, enfatizou.

Sua fala final compreendeu felicitações pela participação cada vez mais ativa das mulheres no seminário. Carlos Machado, economista do Dieese, finalizou as palestras matutinas com uma aula sobre história geral e uma exposição de 55 projetos que tramitam no Congresso com a intenção de retirada de direitos.

Machado realizou uma breve análise sobre o Estado Mínimo no mundo e o Estado de Bem Estar Social, no qual educação, lazer e previdência, entre outros fatores, são expoentes. “Para manter essa proposta, temos que praticar a solidariedade entre as classes e as gerações. Não é relacionado apenas à vida dos aposentados. Estamos num momento a nível nacional que afetará a todos”, disse.

Continuou: “A sociedade inteira deve se responsabilizar para que todos tenham vida digna. O modelo de estado mínimo é o grande produtor da miséria e da fome. Falamos sobre a redução da idade da atividade laboral para 14 anos e sobre a aposentadoria aos 65. Temos projetos que impedem empregados demitidos de entrar na Justiça. São vários projetos danosos aos trabalhadores”, explicou.

Após algumas intervenções dos aposentados, o grito de Fora, Temer! ecoou pelo auditório e abriu os trabalhos do almoço.

Durante a tarde, os advogados do Sindieletro lideraram um debate jurídico sobre temas relacionados à desaposentação, o reajuste de mensalidade de planos de autogestão e a reforma da Previdência. A última palestra do dia ficou à cargo do diretor do Sindieletro, Marcelo Correia, sobre a Previdência Social e o déficit no Plano A da Forluz.

Correia respondeu a perguntas da plateia e analisou dados sobre a Previdência no Brasil e no mundo. Sobre o investimento do Brasil na Previdência, o diretor confirmou que “o Brasil está em terceiro lugar numa lista que considera a América Latina e o Caribe, com 85,9% da população idosa contemplada pelo INSS. Dizem que devemos pegar o exemplo do Chile. Devemos seguir o exemplo de uma gestão que abarca 40% da população idosa?”, questionou.

Sobre a idade mínima, Correia ponderou que, apesar de não haver idade mínima para aposentadoria no Brasil, considerando o recebimento da previdência integral, a abrangência segue em torno dos 60 anos para homens e 55 para as mulheres. No Japão, a expectativa de vida ao nascer é de 82 anos. No Brasil, são 77. “Nossa expectativa de aposentadoria aumenta, mas a de vida está 10 anos a menos. O que isso resolve?”.

Correia também sugeriu uma reflexão sobre a construção do Brasil nesta questão. “Temos que discutir o país que queremos. Para quê deixamos empresas explorarem a mão de obra se elas não vão deixar nada aqui? O Brasil não desconta imposto em distribuição de dividendos. Fizeram uma pesquisa e descobriram que apenas dois países no mundo não cobram imposto sobre o lucro: o Brasil e a Estônia. Nosso país é um paraíso para magnatas, portanto. Não pode aumentar imposto, mas pode diminuir a previdência?”, finalizou.

Na quarta-feira, Julio Cesar da ABCF e Marcelo Correia irão ministrar palestra sobre a Forluz e a Previdência Fechada. À tarde, um passeio de Maria Fumaça. Continue acompanhando a cobertura do Sindieletro pelas redes sociais!

item-0
item-1
item-2
item-3