Especialmente na necessidade de investir em educação, pesquisa, desenvolvimento e aumento da produtividade, em conjunto com a atualização tecnológica de produtos.
Economista do Dieese, Clemente Lúcio, apontou a urgência de uma política de conteúdo nacional para impedir que multinacionais continuem se instalando no Brasil sem transferir tecnologia, e remetendo lucros para as matrizes. Sem conhecimento, apontou, não é possível construir um sistema de produção industrial que agregue valor à matéria-prima.
Outro aspecto é a formação. Ele explicou que grandes empresas trazem inovação e pesquisa, mas as pequenas e médias, maior parte das empregadoras do país, responsáveis por 60% das carteiras assinadas, não conseguem. Aí entra o papel do Estado na qualificação dos trabalhadores. “Precisamos criar link entre universidade e pequenas e médias empresas, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) precisa ser reestruturado”, defendeu.
A falta de qualificação se reflete na capacidade produtiva. De acordo com levantamento deste ano da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), enquanto na Alemanha a microempresa consegue produzir o equivalente a 67% da grande, no Brasil, esse índice é de 10%, contra 24% da Argentina.
Para Lúcio, o movimento sindical deve cobrar também a reforma do Sistema Nacional de Intermediação de Emprego (Sine) e, em âmbito geral, exigir que o trabalho ocupe o centro do projeto brasileiro.
Na definição do também economista do Dieese, Leandro Horie, lutar para que a política industrial esteja ao lado dos trabalhadores.