Conexões Periferia, feira que fortalece autogestão de mulheres



Conexões Periferia, feira que fortalece autogestão de mulheres

Uma feira solidária e cultural protagonizada por mulheres periféricas ocupa o  desta quinta-feira (18). Trata-se da Conexões Periferia, iniciativa da Feira Agroecológica e Cultural de Mulheres no Butantã, bairro localizado na Zona Oeste de São Paulo (SP). O espaço oferece terapias holísticas, cosméticos e temperos naturais; roupas, colares e bonecas de pano, além de comidas e alimentos frescos, vindos direto da agricultura familiar.

O evento gratuito vai reunir mais de 30 expositoras, de diferentes territórios periféricos da cidade, que vão expor seus produtos e artes no espaço conhecido como viveiro dois, no bairro Butantã. A proposta do evento é fortalecer essa rede de mulheres das periferias paulistas, a partir da organização e geração de renda.

A coordenadora pedagógica do Conexões Perifeira, Ana Luiza Laporte, destaca que a ideia principal é fortalecer a autogestão e a organização das mulheres, valorizando a diversidade, principalmente para comercialização da produção e serviços delas.

“A gente ainda vive, mesmo dentro dos territórios, uma escassez de espaços para comercializar. E quando eles existem são pagos, com um valor muito alto de exposições. Ou quando organizados pelo poder público, não fortalecem o protagonismo das produtoras, de planejar e desenvolver a feira. O projeto aponta para a necessidade de pontes, de conexões entre os territórios periféricos”, explicou.

O evento vai contar ainda com oficinas para as crianças e show de forró do grupo Cabra é Fêmea. A Conexões Perifeira acontece no próximo domingo (21), das 10h às 17h.

Baixa diversidade

O Programa Bem Viver desta quinta-feira também mostra que mulheres e negros seguem sub-representados nas eleições, apesar de o número de candidatos aos governos dos 27 estados ter chegado a 223, um aumento de 14% em relação as eleições de 2018, quando houve 196 candidatos.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que, enquanto as mulheres são maioria do eleitorado (52,6%), elas serão apenas 17% das candidaturas aos governos estaduais. Um tímido avanço em relação a 2018, quando eram 15% do total de concorrentes.

Oito estados não terão nenhuma mulher concorrendo ao governo local: Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Rondônia e Santa Catarina. Em Minas Gerais há um empate, com quatro mulheres e quatro homens na disputa.

Além disso, entre 223 candidatos, apenas 25 (11%) são pretos e 59 (26%) pardos. A soma dos dois, 37%, não se aproxima dos 54,7% de negros (categoria que reúne pretos e pardos) da população brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dois estados sequer terão candidatos negros para governador: São Paulo e Santa Catarina. Em sentido inverso, em Sergipe, das nove candidaturas, seis são negras. Na Paraíba, Maranhão, Distrito Federal e Acre serão cinco pardos ou pretos.

Violência contra indígenas

O relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, publicação anual do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que comprova que os ataques aos povos originários no Brasil estão numa crescente, também é destaque no Programa Bem Viver. Apenas durante o terceiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), 176 indígenas foram assassinados no país.

Lançado na quarta-feira (17), o documento registra 355 casos de violência contra indígenas ao longo de 2021. É o maior índice desde 2013, quando o método de contagem foi alterado. No ano de 2020, foram 304 casos de violência contra populações indígenas, entre assassinatos, ameaças, lesões, racismo, violência sexual e tentativa de assassinato.

"É um grau de violência que a gente ainda não tinha visto dessa maneira. Vemos máquinas enormes, grupos armados, tiroteios e assassinatos por trás do garimpo de extração de ouro e de alguns minérios como a cassiterita, praticados de forma violenta. Essas invasões têm aumentado sistematicamente, sobretudo na região amazônica. Mas também em outras regiões onde há minério", resume Lucia Helena Rangel, assessora antropológica do Cimi.

Sintonize

O programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo.

A programação também fica disponível na Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas: Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o programa Bem Viver de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da nossa lista de distribuição, entre em contato através do formulário.

Fonte: Brasil de Fato SP, por Rodrigo Gomes

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