Na quinta-feira (24), a Rússia iniciou uma "operação militar especial" e bombardeou a Ucrânia. O conflito que parece ser localizado na fronteira ucraniana já tem impactos na geopolítica global e, consequentemente, na economia brasileira.
De imediato o que pode esperar é o aumento do preço dos combustíveis, considerando que a nova política de preços da Petrobras segue as variações do mercado internacional. O valor do barril de petróleo já vinha em alta nas últimas semanas, mas com a invasão da Ucrânia, o preço do barril do Brent subiu cerca de 8% e chegou a US$ 105 (cerca de R$ 550) — maior valor desde 2014.
O preço de outros minerais e metais preciosos também subiu, a onça-troy de ouro se aproxima dos US$ 2 mil.
Por outro lado, as bolsas de valores da Rússia, Europa, Estados Unidos e do Brasil registram quedas acentuadas.
A bolsa de valores de Moscou abriu com queda de 10%, mas em algumas negociações chegou a cair 50%, enquanto a moeda nacional, o rublo, desvalorizou 7% frente ao dólar.
Na Europa, as bolsa de Londres, Frankfurt e Paris caíam entre 2% e 3%. Em Wall Street, a bolsa de Nasdaq abriu com 20% de queda. A bolsa de Tóquio recuou 1,8%, enquanto a de Hong Kong cedeu 3,2%. Enquanto a Ibovespa amanheceu com queda de 1,91%.
No mercado de criptomoedas, o Bitcoin (BTC) chegou a cair 8%, US$ 34.778, o nível mais baixo de 2022. Já o Ethereum (ETH) desabou cerca de 10%, a US$ 2.375, nível mais baixo em quase um mês.
A médio prazo, o conflito armado na Ucrânia também pode afetar o mercado agrícola. Kiev é responsável por abastecer 17% da demanda mundial de milho. Além disso, Rússia e Ucrânia produzem cerca de 30% do trigo consumido em todo o planeta.
Fonte: Brasil de Fato (SP), por Michele de Mello