A história dos trabalhadores da Cemig Saúde e da Forluz se confunde em muitos aspectos à dos trabalhadores da Cemig. Em determinados momentos, foi a mesma. Afinal, as duas entidades foram constituídas inicialmente por trabalhadores oriundos da Cemig, concursados e com formação técnica diferenciada. Na época, eram mais de 19 mil ativos na Cemig quando a Forluz se desconectou do RH da empresa e se tornou independente.
Naquele momento, a garantia e a proposta da gestão da Cemig para os trabalhadores era a permanência dos direitos e a conservação das mesmas condições que tinham quando a Forluz era integrada à Cemig. Era necessário, portanto, atrair uma equipe qualificada, com experiência e maturidade técnica que não se encontraria no mercado, para tocar entidades tão complexas e valiosas para os eletricitários.
Os que hoje estão na gestão da Cemig – mas não estiveram naqueles valiosos momentos – não estão dispostos a honrar os compromissos. Têm o objetivo único de dilapidar a estatal para vendê-la num formato que satisfaça o mercado.
Para dar sequência aos inúmeros atos autoritários da atual gestão, utilizam-se agora, para iniciar sua macabra experiência na destruição do plano de saúde, dos honrados e valiosos trabalhadores que, no passado, proporcionaram solidez e sustentação à criação da Forluz e da Cemig Saúde: os trabalhadores das duas entidades.
Aproveitando-se da fragilidade numérica dessa categoria, que já cumpriu sua parte no acordo com a Cemig, a gestão está comunicando aos trabalhadores que lhes usarão como cobaias neste plano privatista e covarde. O desrespeito é tamanho que os profissionais sequer foram informados sobre as características do plano ao qual terão acesso: valores, abrangência e condições.
A gestão Zema na Cemig quer promover uma surpresa perversa e ingrata. Se não causarem a exclusão de muitos deles de imediato, os submeterão a um atendimento precário, alterando toda a situação do atual plano, com uma rede diminuta e restrita, muito aquém daquilo que se tem hoje. Não haverá reembolso de medicamentos e outras coberturas importantes para além do rol mínimo da ANS.
Escondem a verdade para que as pessoas não possam reagir. Para que quando as mudanças forem implementas, toda uma estrutura já esteja construída para destruir a situação de plano mutuário, acessível e de boa qualidade, que é o PSI administrado pela Cemig Saúde.
Já os trabalhadores da ativa, tanto da Cemig Saúde como da Forluz, são totalmente ignorados. Sob a mão pesada de uma gestão que oprime, persegue e pune aqueles que ousarem se levantar, acabam se submetendo a todo o tipo de arbitrariedades. É o reflexo de um cenário nacional com milhares de desempregados, com a exploração exacerbada da força de trabalho que encontra amparo numa legislação trabalhista desfavorável, erguida sob uma condição de golpe contra os trabalhadores deste país.
O Sindieletro convoca a categoria eletricitária a erguer uma grande frente de defesa e solidariedade aos trabalhadores da Forluz e da Cemig Saúde. Estes profissionais são responsáveis pelo sucesso dos investimentos que garantirão nossa vida após o período laboral.
O qualificado quadro da Cemig Saúde, com o qual lidamos no dia a dia, será imprescindível quando nos aposentarmos. Precisamos nos mobilizar em sua defesa! O ataque ao plano de saúde desses trabalhadores é uma prévia do que tentarão fazer à categoria eletricitária. É a preparação para o grande calote que a gestão Zema na Cemig pretende impor aos eletricitários mineiros.
Não vamos deixar!