Código de ética para os eletricitários, mas não para o presidente?
O Sindieletro/MG recebeu a denúncia, nesta terça-feira (19), que a Cemig está promovendo um curso de princípios éticos na empresa. O curso contém cláusulas como: “Não divulgar ou comentar, seja para imprensa ou em redes sociais, informações que possam denegrir a imagem da empresa”; “Respeitar e disseminar as diretrizes do Código a todos os envolvidos no cumprimento de atividades pertinentes ao “Grupo Cemig”; “Não expor de forma negativa seus colegas de trabalho ou a empresa”; “Não realizar proselitismo político ou religioso nos locais de trabalho ou durante as atividades desempenhadas em nome do “Grupo Cemig”.
Pela defesa da “marca e nome” da empresa, os eletricitários serão orientados a não dar sua opinião, não se manifestar contrariamente às decisões da estatal e não debater politicamente dentro do ambiente de trabalho. Mas o código vale para todos? Parece que não, uma vez que o próprio presidente da Cemig, Cledorvino Belini, é o principal agente disseminador de mentiras e ataques contra a empresa. E o que dizer do próprio governador, que, em última instância, detém o maior número de ações da empresa? Não deveria seguir o código de ética também?
Além disso, querer coibir o debate e o diálogo dentro da empresa parece ser estratégia de desmobilização. A liberdade de expressão é, inclusive, assegurada pela Constituição Federal. Leia-se o Artigo 13, que versa sobre liberdade de pensamento e de expressão:
Liberdade de expressão no contexto trabalhista
- Nesse sentido, a liberdade de expressão é condição necessária ao funcionamento das organizações de trabalhadores, a fim de proteger seus direitos trabalhistas, melhorar suas condições e interesses legítimos (...).
Nossa categoria precisa se manter atenta e politizada para não permitirmos retirada de direitos, principalmente no momento crucial que é o nosso ACT 2019/2020! O Sindieletro/MG vai tomar medidas sobre este caso.
Se mantenham vigilantes, ativos e politizados!
#NãoValePrivatizar
