Clique da História: 1995, o ano de bombas e de greve de fome



Clique da História: 1995, o ano de bombas e de greve de fome

O ano é 1995. Fernando Henrique Cardoso toma posse e inicia a jornada neoliberal no Brasil: privatizações e quebra do monopólio da Petrobrás são os primeiros atos do governo tucano.

Em Rondônia, um conflito entre Trabalhadores Rurais Sem Terra e a Policia Militar resulta na morte de mais de dez pessoas, no conhecido Massacre de Corumbiara.

FHC envia proposta de mudanças na Previdência. Uma das alterações mais perversa foi a criação do Fator Previdenciário para aposentadoria.

No dia 03 de maio os petroleiros iniciaram a mais longa greve da categoria, de 32 dias; a luta  foi contra a privatização da Petrobras e os trabalhadores conseguiram impedir a venda, com uma resistência histórica: não recuaram da luta, mesmo com a invasão do Exército a refinarias com tanques de guerra, demissões em massa, multas milionárias contra a FUP (Federação Única dos Petroleiros) e seus sindicatos, que tiveram seus bens penhorados e o repasse das contribuições sindicais travado.

Na Cemig, é implantado o PCR, que muda a descrição de várias funções. Na Itambé, um eletricitário que era ajudante de eletricista passou a ser auxiliar de serviços gerais. É mole?

Outra importante conquista marcou nossa categoria: na base da união e muita luta, fomos os primeiros eletricitários do país a conquistar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

Os diretores do Sindieletro, Lúcio Guterres, Celso Amarante de Souza, Maurílio Chaves dos Santos e Diniz Santana fizeram sete dias de greve de fome pela Participação no Lucro e Resultados. Pedro Ursino Kretli foi obrigado a interromper a greve por recomendação médica.  A gestão da Cemig não teve alternativa, com a pressão, aceitou pagar a PLR.

Em Belo Horizonte, ocorreu uma série de explosão de bombas. A primeira ocorreu  em fevereiro e a última foi na sede da OAB, durante um ato político contra as explosões.

Na época, o ex-diretor do Sindicato e tesoureiro da CUT/MG, Austen Harmendani Mudado, foi indiciado como autor do atentado. O Sindieletro, a CUT, movimentos sociais e sindicais, além de parlamentares, saíram em defesa do trabalhador. Tempos depois, Austen provou sua inocência na Justiça.

 “Se a moeda é Real, a vida não pode ser de mentirinha” foi a marca da Campanha de Renovação do Acordo Coletivo de 1995/1996. Os eletricitários se mobilizaram para cobrar da empresa reposição das perdas salariais, aumento real, respeito e dignidade.

Por Benedito Maia

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