A confiabilidade do serviço da Cemig está em cheque por causa da falta de manutenção nos equipamentos e fiscalização das empreiteiras contratadas para fazer a instalação de transformadores de grande potência e reguladores de tensão.
O Sindieletro recebeu a denúncia de que dois transformadores de 25 MVA, um na usina de Gafanhoto e outro na subestação Nova Serrana, queimaram e tiveram que ser substituídos. Nas subestações de Cláudio, Abaeté e Dores do Indaiá, o problema foi com os reguladores de tensão 1000 KVA, que também tiveram que ser trocados.
Esses equipamentos são caros e indispensáveis para o fornecimento de energia e segurança do sistema elétrico, e devem ser operados por trabalhadores altamente qualificados. Mas, de acordo com a denúncia, a falta de acompanhamento da Cemig e erros de montagem cometidos por empresas terceirizadas provocaram a queima dos equipamentos. A situação se agravou ainda mais com a falta de pessoal do quadro próprio para fazer a manutenção que antes era realizada periodicamente.
Sem os reguladores, a energia fica fora dos níveis estabelecidos pela Aneel. A oscilação - hora para mais e hora para menos - pode provocar danos aos aparelhos elétricos nas residências, indústrias e hospitais e a população corre o risco de ficar muito tempo sem energia elétrica.
O Sindieletro alerta que a falta de manutenção, de pessoal qualificado e a aposta equivocada da Cemig na terceirização de atividades inerentes ao quadro próprio podem provocar um black out de grandes proporções em todo o Centro Oeste.
Para o coordenador do Sindieletro na Regional Oeste, Celso Marcos Primo, a população tem o direito de saber o que se passa dentro da Cemig. “Não podemos aceitar que uma empresa, que, ano após ano tem lucros cada vez maiores, com uma das contas de energia mais caras do país, penalize ainda mais a sociedade com a queda de qualidade dos serviços”, destaca.
Celso Primo ressalta que são milhões em dinheiro público sendo jogado fora. “O mais estranho é que se um eletricitário comete um erro, é sempre punido. Enquanto isso, num caso como este, em que a população corre o risco de enfrentar apagão, que trabalhadores sem treinamento suficiente são expostos aos riscos e em que milhões são gastos indevidamente, ninguém paga pelo erro. A Cemig virou laboratório de gestores ineficientes”, acrescenta Celso Primo.