Chega de enrolação! Ou paramos no dia 16



Chega de enrolação! Ou paramos no dia 16

Nas assembleias que estão sendo realizadas nas principais portarias da Cemig, a categoria segue rejeitando a proposta da empresa para o pagamento do retroativo dos 3% e reforçando a luta sem trégua em defesa das principais reivindicações para renovar o ACT 2014-2015.

Em debates acalorados, os trabalhadores estão convergindo para cobrar os compromissos de campanha do governador Fernando Pimentel, o fim das terceirizações, a renovação das concessões das usinas e a melhoria das condições trabalho nas empreiteiras.

A categoria reafirma a luta pela defesa da Cemig, e está deixando claro que, se a empresa não responder sim para as prioridades até o dia 15, haverá uma grande paralisação no dia 16.

Para os eletricitários não é possível aceitar a proposta da empresa para o pagamento do retroativo, sem saber exatamente quanto cada trabalhador tem a receber e deixar de fora os reflexos do retroativo no tíquete alimentação e na PLR. Nas assembleias, o Sindieletro defende a rejeição da proposta da Cemig que exclui correção monetária e juros de mora, propõe o pagamento da primeira parcela em agosto, deixa de pagar reflexos do aumento real sobre o tíquete alimentação e a PLR, além de só iniciar o pagamento dos aposentados quando tiver sendo quitada a última parcela dos trabalhadores da ativa.

Na assembleia do Quarteirão 14, na Cidade Industrial, o técnico em sistemas eletromecânicos, Éder Bruno Pereira, usou o microfone para resumir o sentimento da categoria nesse momento. “O processo de negociação está moroso demais e não podemos esperar mais nada antes da grande mobilização. Não é aceitável que, em vez de cumprir a ordem judicial para pagar os 3% a Cemig apresente uma proposta vaga ao nosso Sindicato”, destacou.

O trabalhador também lamenta que a empresa tenha optado por uma redação maliciosa no Linha Viva que trouxe a proposta de forma muito genérica. “Tem trabalhador com direito a R$ 4 mil de retroativo, achando que vai receber 10 parcelas de R$ 1.500. Nesse clima, a negociação não avança e, como não fechamos o ACT 2014/2015, não vamos, também, ter clima para iniciar a próxima campanha para renovar o ACT”, destaca.

Chega de mortes e precarização

Acabar com as mortes e com a precarização dos trabalhadores terceirizados é prioridade para os eletricitários. Nas assembleias, os diretores do Sindieletro alertam que, depois de acabar com os leituristas e atendentes do quadro próprio, a terceirização ameaça eliminar os eletricistas e técnicos, numa prova definitiva que as empreiteiras estão tomando conta da Cemig, como forma silenciosa de privatizar rapidamente os recursos e serviços da estatal.

Os quatro acidentes fatais que já ocorreram em 2015 demonstram que muita coisa precisa mudar na empresa. Por isso a categoria se mobiliza, também, em defesa da fiscalização rigorosa dos contratos com as empreiteiras, da participação do Sindieletro nas comissões de análise de acidentes que têm terceirizados como vítimas, e, o mais importante, assinar o Acordo Específico da Primarização das atividades fim.

Renovação das concessões

O futuro da Cemig está em jogo e, com ele, o futuro dos eletricitários. A categoria cobra que a empresa recorra a todas as instâncias judiciais e políticas para manter as concessões das usinas em poder da Cemig GT, sem a participação de empresas privadas ou consórcios, o que no entendimento da categoria seria uma privatização velada, como destaca um trabalhador da Cidade Industrial. Na avaliação do técnico, se a estatal participar dos leilões de usinas, por exemplo, através da Aliança, empresa formada em fevereiro deste ano, em que a Vale tem 55% das ações e a Cemig 45%, a vitória no processo de venda não traria nenhum ganho para os trabalhadores e a população.

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