Chefes atormentam a vida dos eletricitários

No Acordo Coletivo ficou bem claro que seriam descontados 20% dos dias úteis, sendo no máximo cinco dias dos eletricitários que participaram da greve. E que apenas 40% dos dias úteis serão descontados no banco de horas ou pagos com horas extras. Agora tem gerente querendo mostrar serviço e fazendo retaliações contra os trabalhadores que participaram do movimento.

Alguns chefes querem descontar mais dias dos trabalhadores, estão impedindo os eletricitários de montarem a escala flexível para compensação, estão rejeitando atestados médicos e impedindo os trabalhadores de fazerem horas extras.

Também chegam ao Sindieletro denúncias de que trabalhadores continuam sendo chamados por arapongas da Cemig para verdadeiros interrogatórios sobre fatos ocorridos durante a greve.
O Sindieletro está cobrando providências do RH da Cemig para barrar essas práticas antissindicais, que visam somente inibir a mobilização dos eletricitários. Destacamos que na mesa de negociação a Cemig prometeu que não haveria retaliações contra os trabalhadores que participaram da greve.

Práticas da ditadura militar

Desde a posse da atual diretoria que o Sindieletro vem cobrando mudanças na postura da empresa. Por incrível que pareça a Cemig mantém ativo um verdadeiro SNI (Serviço Nacional de Informações da época da ditadura militar). Para provar que não é exagero, o famoso Coronel Cícero de Almeida Batista, que por anos chefiou o SNI da Cemig, e só saiu com sua morte, foi apontado como torturador pelo projeto Brasil Tortura Nunca Mais.

São vários ex-militares e outros contratados sem concurso público, cujo papel extrapola em muito o de segurança patrimonial. Fazem investigações e relatórios secretos para alimentar disputas internas e, princialmente, mantêm um aparato para perseguir e reprimir a liberdade de organização dos trabalhadores.
Mais uma vez aguardamos que o Presidente da Cemig, Mauro Borges, cumpra a sua promessa e ponha fim a espécie de porão recriado no 4º andar da Sede.